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Śrī Kṛṣṇa Janmāṣṭamī — O advento do Senhor Kṛṣṇa

  • Foto do escritor: Vana Madhuryam Brasil
    Vana Madhuryam Brasil
  • 16 de ago.
  • 10 min de leitura
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Śrīla Bhaktivedanta Vana Gosvāmī Mahārāja

15 de agosto de 2014, Londres, Inglaterra


Hoje é Janmāṣṭamī, o dia do advento do Senhor Kṛṣṇacandra, que é a Suprema Personalidade de Deus, Svayam Bhagavan. Na Bhagavad-gītā, Kṛṣṇa diz:


janma karma ca me divyam 

evaḿ yo vetti tattvataḥ 

tyaktvā dehaḿ punar janma 

naiti mām eti so ‘rjuna


Bhagavad-gītā (4.9)


[“Aquele que conhece a natureza transcendental do Meu aparecimento e atividades, ao deixar o corpo não volta a nascer neste mundo material, mas alcança Minha morada eterna, ó Arjuna.”]


O janma (nascimento) de Kṛṣṇa, assim como as Suas atividades, são aprākṛta — transcendentais.


aprākṛta vastu nahe prākṛta-gocara 

veda-purāṇete ei kahe nirantara


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Madhya-līlā 9.194)


[“A substância espiritual nunca está sob a jurisdição da concepção material. É este o veredito dos Vedas e Purāṇas.”]


Esses tópicos transcendentais não podem ser compreendidos pelos nossos sentidos materiais. No entanto, pela misericórdia imotivada de Guru e Kṛṣṇa e por cantar os santos nomes, vocês os compreenderão. Se, na Bhagavad-gītā, Kṛṣṇa diz: “na jāyate mriyate” — que nem mesmo a ātma (alma) nasce — como então é possível que Kṛṣṇa nasça? Este passatempo só acontece para o benefício das jīvas (almas) caídas. 


Ontem, compartilhei com vocês o seguinte śloka (verso):


anugrahāya bhaktānāṁ 

mānuṣaṁ deham āśritaḥ 

bhajate tādṛśīḥ krīḍā 

yāḥ śrutvā tat-paro bhavet


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 4.34)


[“Kṛṣṇa manifesta Sua forma eterna semelhante à humana e executa Seus passatempos para mostrar misericórdia aos devotos. Quem ouve esses passatempos deve dedicar-se a servi-lO.”]


No mundo transcendental, Goloka Vṛndāvana, há līlās (passatempos) muito doces e agradáveis acontecendo eternamente, os quais são chamados de nitya-līlā. Por meio de Sua potência, Yogamāyā, Kṛṣṇa manifesta neste mundo material os mesmos passatempos.


śrī kṛṣṇa-caitanya prabhu jīve dayā kôri’

sva-pārṣada svīya dhāma saha avatari’


Śrī Kṛṣṇa-Caitanya Prabhu Jīve Dayā Kôri’, de Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura


[“Por compaixão pelas almas caídas, Sri Kṛṣṇa Caitanya se manifesta neste mundo com Seus companheiros pessoais e Sua morada divina.”]


Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura explicou que Śrī Caitanya Mahāprabhu é o mesmo Kṛṣṇa que manifestou Seu dhāma, Goloka Vṛndāvana, neste mundo material, onde realiza doces līlās com Seus companheiros (parikaras). E por que Ele fez isso? Porque, ao ouvir, contemplar ou glorificar esses passatempos, vocês se absorverão em kṛṣṇa-līlā e, após deixar este corpo, alcançarão o Senhor e Sua morada eterna.


Quem é feliz?


Śrīla Śukadeva Gosvāmī explica quem pode ser feliz neste mundo material, que é a morada da angústia e do descontentamento — duḥkhālayam aśāśvatam. Onde, afinal, alguém poderia encontrar felicidade aqui? Vocês são inteligentes, portanto, procurem compreender isso. Cada indivíduo busca a felicidade, pois essa é a natureza espontânea dos seres vivos. O Senhor é conhecido como ānanda-mayī brahman por ser a personificação de ānanda — a bem-aventurança transcendental —, e o śuddha-jīvātma, ou alma pura, é uma parte integrante do Senhor. Por essa razão, essa natureza (dharma) habita o coração de todos, levando-os a buscar constantemente a felicidade (sukha). Mas, afinal, onde podemos realmente encontrá-la?


As pessoas sem dinheiro não são felizes. Mas será que as que possuem são? Não. Um homem rico pode pensar: “Talvez aquele que possui mais dinheiro do que eu seja feliz.” Embora esse homem imagine que apenas um rei seja feliz, o rei, por sua vez, dirá: “Eu não sou feliz! Um Mahārāja (aquele que controla muitas coisas) é quem é feliz de verdade.” No entanto, a resposta de um Mahārāja será: “Eu não sou feliz. Indra, o rei do céu, esse sim é feliz.” Mas Indra declara: “Eu não sou feliz. O criador do universo, Brahmājī, é feliz.’” Finalmente, Brahmājī concluirá: “Eu não sou feliz, pois neste mundo material, ninguém pode alcançar a verdadeira felicidade.”


ā-brahma-bhuvanāl lokāḥ 

punar āvartino ’rjuna 

mām upetya tu kaunteya 

punar janma na vidyate


Bhagavad-gītā (8.16)


[“Partindo do planeta mais elevado no mundo material e descendo ao mais baixo, todos são lugares de miséria, onde ocorrem repetidos nascimentos e mortes. Mas quem alcança a Minha morada, ó filho de Kunti, jamais volta a nascer.”]


Kṛṣṇa disse: “ā-brahma-bhuvanāl lokāḥ punar — neste mundo material, desde os insetos mais diminutos, como o indra-gopa, até Brahmājī, todos sofrem diferentes tipos de aflições provenientes dos três modos da natureza de māyā (a potência ilusória do Senhor).” De onde, então, alguém poderia extrair a verdadeira felicidade?


A felicidade genuína reside exclusivamente em Goloka Vṛndāvana, situada no cit-jagat (mundo transcendental), ou em Vaikuṇṭha-jagat. A sucessão das moradas no mundo transcendental segue esta ordem: Ayodhyā-loka, Rāma-loka, Dvārakā-purī, Mathurā e, por fim, Goloka Vṛndāvana. Nossa filosofia Vedānta explica: “ānanda-mayo 'bhyāsāt, ānanda-mayo 'bhyāsāt, ānanda-mayo 'bhyāsāt” — a pessoa deve esforçar-se constantemente para alcançar a realização transcendental acerca de Kṛṣṇa, a personificação de ānanda.


Portanto, a felicidade perfeita, sukham asti, encontra-se no Bhagavad-dhāma, a morada do Senhor. Embora o Senhor esteja além das energias materiais, Ele realiza Seus doces passatempos humanos neste mundo material para o nosso benefício, às vezes manifestando emoções humanas, como infelicidade, e até mesmo chorando amargamente.


O Senhor Rāmacandra adveio a este mundo e realizou Suas doces līlās, mas ainda assim passou a vida inteira chorando. Ele se casou com Sītā-devī, uma jovem muito bela e gentil, e retornou de Janaka-purī para Ayodhyā. Posteriormente, Kaikeyī providenciou Seu exílio de catorze anos na floresta. Durante esse período, o Senhor Rāma enfrentou diversas aflições que causaram Sua infelicidade, como os inúmeros demônios que atormentavam Sītā-devī. Essas histórias são narradas no Rāmāyaṇa, especialmente o episódio em que Rāvaṇa sequestra Sītā-devī, desencadeando uma série de eventos estressantes. Muitos passatempos de Rāma terminam com Ele chorando profundamente.


Nos passatempos de Kṛṣṇa, as gopīs (vaqueirinhas de Vraja) também estão sempre chorando. No Śrīmad-Bhāgavatam é descrito que Kṛṣṇa realiza Seus doces passatempos em Vṛndāvana, fazendo com que todos fiquem completamente inebriados com kṛṣṇa-prema, amor puro por Ele. No entanto, após alguns anos, quando Kṛṣṇa parte de Vṛndāvana, todas as gopīs choram amargamente.


śrī-gopya ūcuḥ 

aho vidhātas tava na kvacid dayā 

saṁyojya maitryā praṇayena dehinaḥ 

tāṁś cākṛtārthān viyunaṅkṣy apārthakaṁ 

vikrīḍitaṁ te ’rbhaka-ceṣṭitaṁ yathā


Śrīmad-Bhāgavatam (10.39.19)


[As gopīs disseram: “Ó Providência, Você não tem misericórdia! Você reúne criaturas encarnadas em amizade e amor e, então, as separa insensatamente antes que realizem seus desejos. Este Seu jogo caprichoso é como uma brincadeira de criança.]


As gopīs declaram: “Ó Vidhāta (Providência)! No Seu coração não há nenhum traço de misericórdia (dayā). Você arranjou nosso encontro com Govinda, mas, antes que nosso amor amadurecesse, nos separou dEle e, como resultado, estamos sofrendo.” Tomadas pelo sentimento de separação, as gopīs começaram a chorar descontroladamente.


Há uma canção em bengali que explica que, após o Senhor Caitanya Mahāprabhu, Gaurasundara, aceitar o voto de sannyāsa (a ordem de vida renunciada), Viṣṇupriyā-devī sentiu uma saudade intensa dEle. Então, ela cantou: “satya-yuge chela māmī, satya nārāyaṇī — Em Satya-yuga, eu era Nārāyaṇī, a consorte do Senhor Nārāyaṇa.”


Certa vez, Durvāsā Ṛṣi foi a Vaikuṇṭha e amaldiçoou Lakṣmī-Nārāyaṇa a descerem para o mundo material. Devido a essa maldição, Eles se manifestaram neste mundo e sofreram de várias formas.


Tretā-yuge chela māmī — esse mesmo Senhor Nārāyaṇa, na Tretā-yuga, apareceu como o Senhor Rāmacandra, e Lakṣmī-devī apareceu na forma de Sītā-devī”, disse Viṣṇupriyā-devī. Como mencionado, rāma-līlā, os passatempos do Senhor Rāma, pode parecer muito comovente, pois todos parecem estar sempre chorando. Após o arranjo de Kaikeyī, alguns passaram suas vidas inteiras aos prantos.


Viṣṇupriyā continuou: “dvāpare yuge chela māmī — em Dvāpara-yuga, eu era a esposa de Abhimanyu, mas minha sogra e minha cunhada, Jaṭilā e Kuṭilā, fizeram com que eu parecesse uma mulher infiel, dizendo: “Oh! Śrīmatī Rādhikā é asatī (uma esposa incasta).” A todo momento, todos os dias, Jātilā e Kuṭilā agiam assim. Kuṭilā significa “ranzinza”, alguém que está sempre a notar os defeitos alheios.


Por fim, Viṣṇupriyā concluiu: “kali yuge hola māmī gaurāṅga dharani — em Kali-yuga, sou a esposa de Gaurasundara, mas então algo ocorreu: Ele aceitou sannyāsa e agora estou sozinha.”


bhajô gaurāṅga japa gaurāṅga lahô gaurāṅger nāma re

ĵe jana gaurāṅga bhaje se hay āmāra prāṇa re


Canção Bhajô Gaurāṅga


[“Adore Śrī Gaurāṅga, fale sobre Gaurāṅga e cante os santos nomes de Śrī Gaurāṅga! Aqueles que adoram o Senhor Gaurāṅga são a minha vida e alma.”]


Sentindo saudade, Viṣṇupriyā entoou esta canção. O próprio Mahāprabhu entregou a Sua vigraha (deidade) a Viṣṇupriyā-devī, a qual ela servia diariamente enquanto cantava belamente: “bhaja gaurāṅga japa gaurāṅga laha gaurāṅgera nāma re.”


Por que entoar o mahā-mantra de Kṛṣṇa?


Nesta Kali-yuga, devemos cantar gaura-nāma — os santos nomes de Gaura — que são extremamente doces: “Bhaja gaurāṅga, japa gaurāṅga, laha gaurāṅgera nāma re...” O Senhor afirma: “Aquele que canta o gaura-nāma é Minha própria vida e alma.” No entanto, uma dúvida pode surgir: “Por que cantar o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa e não apenas ‘Gaura, Gaura, Gaura, Gaura’?” Afinal, o gaura-nāma é um nome tão doce. Sobre isso, os śāstras explicam:


‘kṛṣṇa-nāma’ kare aparādhera vicāra 

kṛṣṇa balile aparādhīra nā haya vikāra 


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 8.24)


[“Há ofensas a evitar enquanto se canta o mantra Hare Kṛṣṇa. Portanto, não se fica em êxtase simplesmente por cantar Hare Kṛṣṇa.”]


caitanya-nityānande nāhi e-saba vicāra 

nāma laite prema dena, vahe aśrudhāra


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 8.31)


[“Mas, se alguém apenas canta, com um pouquinho de fé, os santos nomes do Senhor Chaitanya e Nityānanda, essa pessoa livra-se muito rapidamente de todas as ofensas. Assim, quando canta o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, sente o êxtase do amor a Deus.”]


Se vocês cantarem o mahā-mantra, devem evitar cometer as dez ofensas aos santos nomes, começando por satāṁ nindā, criticar uma pessoa santa. No entanto, não há restrições ao cantar os nomes de Gaura-Nityānanda; ao entoá-los, seus corações se derreterão e lágrimas escorrerão pelos seus rostos. Sabendo disso, alguém pode perguntar: “Por que estamos cantando kṛṣṇa-nāma?”


Caitanya Mahāprabhu é o nosso guru original — Ele próprio confirmou isso — e devemos seguir as instruções do gurupāda-padma. O Senhor também declarou que o mahā-mantra é o yuga-dharma atual — a religião da humanidade nesta era. Cada uma das eras — Satya, Tretā, Dvāpara e Kali-yuga — possui seu mahā-mantra específico. E o mahā-mantra de Kali-yuga é:


Hare Kṛṣṇa Hare Kṛṣṇa

Kṛṣṇa Kṛṣṇa Hare Hare

Hare Rāma Hare Rāma

Rāma Rāma Hare Hare


O mahā-mantra é composto por trinta e duas sílabas. O Senhor Caitanya também instruiu claramente:


harer nāma harer nāma 

harer nāmaiva kevalam 

kalau nāsty eva nāsty eva 

nāsty eva gatir anyathā 


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 7.76)


[“Nesta era de desavenças e hipocrisia, o único meio de libertação é cantar o santo nome do Senhor. Não há outra maneira. Não há outra maneira. Não há outra maneira.”]


Śrīman Mahāprabhu instruiu a Seus seguidores: “āmā-prati sneha jadi thāje sabakāra — Se vocês realmente Me amam, devem seguir Minhas instruções.” E a Sua instrução é cantar o mahā-mantra diariamente. Tentem entender que o Senhor Caitanya Mahāprabhu é o nosso guru original, e se vocês realmente amam seu guru, devem seguir suas instruções; caso contrário, estarão cometendo guru-āvajña (desonra ao guru). Tudo o que o guru instruir deve ser seguido. 


Mahāprabhu, com muita humildade, disse:


śuno śuno nityānanda! śuno haridāsa! 

sarvatra āmāra ājñā karaha prakāśa 

prati ghare ghare giyā kara ei bhikṣā 

‘bala kṛṣṇa, bhaja kṛṣṇa, kṛṣṇa kara śikṣā


Śrī Caitanya-bhāgavata (Madhya-līlā 13.8-9)


[“Escute, escute, Nityānanda! Escute, Haridāsa! Espalhem a Minha ordem por todos os lugares; vão de porta em porta e implorem a todos: ‘Cantem o nome de Kṛṣṇa, sirvam Kṛṣṇa, e aprendam sobre Kṛṣṇa.’”]


Ājñā significa: “Esta é a Minha instrução estrita”, enquanto “prati ghare ghare giyā kara ei bhikṣā” significa: “Vão de casa em casa, de vila em vila, de cidade em cidade, de país em país — a todos os lugares. Vão e implorem: ‘Ó meu irmão, ó minha irmã, por favor, todos cantem o Hare Kṛṣṇa mahā-mantra.’” O Senhor Chaitanya Mahāprabhu afirmou claramente: “pṛthivīte āche yata nagarādi grāma, sarvatra pracāra haibe mora nāma — um dia, Meu nome será pregado por todo o mundo, e todos o cantarão.”


Devemos seguir a instrução de gurupāda-padma, ou seja, de Śrī Caitanya Mahāprabhu, assim como uma esposa fiel segue as instruções de seu marido. O próprio Mahāprabhu estabeleceu isso. No entanto, quem é seu marido? É Govinda, Kṛṣṇa, que também é chamado de jagat-patī, Jagannātha. Patī significa “marido” e jagat, “universal”, portanto, nosso patī original é Jagannātha, Kṛṣṇa, Govinda e Caitanya Mahāprabhu. 


Se vocês não seguirem as instruções de jagat-patī Kṛṣṇa, serão asatī (infieis). Se não compreenderem esse conceito, por favor, me avisem, pois isso é muito importante. Caso contrário, vocês poderão ser desviados por sahajiyās. Se vocês visitarem o Radha-kuṇḍa ou outros lugares, ouvirão pessoas dizendo o seguinte:


nitāi gaurā rādhē śyāma, hare kṛṣṇa hare rāma


Embora o mantra acima não seja fidedigno, algumas pessoas afirmam: “Oh, meu gurudeva recebeu esse mantra em um sonho.” Porém, um sonho não é uma evidência aceitável. Se aceitássemos isso como prova confiável, qualquer um poderia dizer: “Oh, meu gurudeva também teve esse sonho.” Segundo essa lógica, todos os śāstras seriam apenas sonhos. Não é assim. Sonhos não são evidência válida. A sampradāya, linhagem espiritual, dos sahajiyās e bābājīs proferem este mantra: “nitāi gaurā rādhē śyāma, hare kṛṣṇa hare rāma — Oh, nós respeitamos todos.” Mas isso não é perfeito. Portanto, Mahāprabhu está dizendo humildemente: “āmā-prati sneha thāje sabakāra — se vocês realmente Me amam, apenas cantem os santos nomes e proclamem-os para os outros.”


Hare Kṛṣṇa Hare Kṛṣṇa 

Kṛṣṇa Kṛṣṇa Hare Hare 

Hare Rama Hare Rama 

Rama Rama Hare Hare


É por essa razão que cantamos o mahā-mantra e nem sempre o gaura-nāma. Vocês podem cantar o gaura-nāma com amor e afeição — isso é permitido — mas ainda assim devem considerar o mahā-mantra como o mais importante. Todos os dias, peguem sua japa-mālā (contas de oração) e cantem o mahā-mantra.


Em seu Sandarbha, Śrīla Jīva Gosvāmīpāda explica: “yo mantraḥ sa guruḥ — mantra significa guru e guru significa mantra.” Ao cantar seu guru-mantra, significa que o próprio Gurudeva está com você; o mantra-adhiṣṭhātṛa-devatā (a deidade que preside o mantra) está presente.


Śrī Kṛṣṇa se manifesta nas formas de nāma, vigraha e svarūpa


Se vocês se lembram, em Kali-yuga, Kṛṣṇa se manifesta de três formas — nāma (santos nomes), vigraha (deidade) e svarūpa (forma). O entoar do nāma “Hare Kṛṣṇa, Hare Kṛṣṇa” é śabda-brahma, um som transcendental. Quando vocês cantam o kṛṣṇa-nāma, o próprio Kṛṣṇa está presente.


nāmnām akāri bahudhā nija-sarva-śaktis

tatrārpitā niyamitaḥ smaraṇe na kālaḥ

etādṛśī tava kṛpā bhagavan mamāpi

durdaivam īdṛśam ihājani nānurāgaḥ


Śrī Śikṣāṣṭakam (2)


[“Você manifestou todo o Seu poder em Seus inúmeros santos nomes, e não há restrições sobre quando eles podem ser recordados. Ó Bhagavān, Você é tão misericordioso, mas eu sou tão infeliz que o apego espontâneo (anurāga) por Seus santos nomes ainda não nasceu em meu coração.”]


O Senhor investiu toda a Sua śakti (potência) em Seus santos nomes, que possuem um poder imenso. Cantem com fé firme, pois nesta Kali-yuga o Senhor, por Sua misericórdia, manifestou a Si Mesmo na forma desses santos nomes.




Tradução: Indu-mohinī devī dāsī

Edição: Acyuta-priya devī dāsī e Taruṇī-gopī dāsī

Revisão: Rāsa-bihārī dāsa

Imagem: Navīna-kṛṣṇa dāsa


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