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As glórias de Śrīla Rūpa Gosvāmī

  • Foto do escritor: Vana Madhuryam Brasil
    Vana Madhuryam Brasil
  • 5 de ago.
  • 18 min de leitura

Atualizado: 17 de ago.

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Śrīla Bhaktivedanta Vana Gosvāmī Mahārāja

Janeiro de 2013, Rio de Janeiro, Brasil


Ontem à noite, nós glorificamos Śrīla Rūpa Gosvāmī, e nesta manhã também discorremos sobre o Śrīmad-Bhāgavatam e os diversos passatempos doces de Rādhā e Govinda. Ontem também mencionei como devemos cantar os santos nomes — abandonando a todos os tipos de ofensas.


Hoje é um dia muito auspicioso, pois é o dia da partida transcendental de Śrīla Rūpa Gosvāmīpāda, que não é uma personalidade comum, mas sim o companheiro mais íntimo e querido de Śrīmatī Rādhikā. Ontem, também mencionei uma līlā, passatempo, no qual houve um vaiṣṇava-aparādha, uma ofensa ao Vaiṣṇava, na ocasião em que Khañja Kṛṣṇadāsa chegou à cabana de Śrīla Rūpa Gosvāmīpāda justamente quando ele estava completamente em transe. Śrī Caitanya Mahāprabhu disse: “Ó, Rupa…”


yadi vaiṣṇava-aparādha uṭhe hātī mātā

upāḍe vā chiṇḍe, tāra śukhi yāya pātā


Caitanya-caritāmṛta (Madhya-līlā 19.156)


[Se o devoto comete uma ofensa aos pés de um Vaiṣṇava enquanto cultiva a trepadeira do serviço devocional neste mundo material, sua ofensa é comparada a um elefante louco que arranca e quebra a trepadeira. Dessa forma, as folhas da trepadeira secam.]


Se você cometer vaiṣṇava-aparādha, ofensas aos pés de lótus dos Vaiṣṇavas, perderá tudo. Uma alma condicionada não tem noção do que é vaiṣṇava-aparādha; nem mesmo um kaniṣṭha-adhikārī compreende o que é isso. Um kaniṣṭha-adhikārī é um devoto iniciante cujas atividades aparentam ser semelhantes às de um uttama-adhikārī, um devoto avançado. No entanto, enquanto o uttama-adhikārī está sempre absorto em seu transe, o kaniṣṭha-adhikārī está apenas imitando e pensando de forma equivocada: “Agora alcancei um nível muito elevado.” Śrī Caitanya Mahāprabhu explica que o kaniṣṭha-adhikārī não possui śāstra-jñāna — conhecimento das escrituras —, enquanto o madhyama-adhikārī o possui.


śāstra-yukti nāhi jāne dṛḍha, śraddhāvān

madhyama-adhikārī sei mahā-bhāgyavān


Caitanya-caritāmṛta (Madhya-līlā 22.67)


[Aquele que não é muito perito em argumentação e lógica com base nas escrituras reveladas, mas que possui fé firme, é considerado um devoto de segunda classe (madhyama-adhikārī). Ele também deve ser considerado o mais afortunado.]


Já o uttama-adhikārī é um devoto de classe superior e é sumamente exaltado.


śāstra-yuktye sunipuṇa, dṛḍha-śraddhā yāṅra

uttama-adhikārī sei tāraye saṁsāra


Caitanya-caritāmṛta (Madhya-līlā 22.65)


[Aquele que é perito em lógica, argumentação e nas escrituras reveladas, e que possui fé firme em Kṛṣṇa, é classificado como um devoto de nível mais elevado (uttama-adhikārī). Ele é capaz de libertar o mundo inteiro.]


Certa vez, perguntei ao meu Śrīla Gurudeva, Śrīla Bhaktivedānta Vāmana Gosvāmī Mahārāja: “Quantos ślokas (versos) o senhor conhece?” Ele respondeu: “Mesmo que eu recitasse ślokas continuamente por sete dias e sete noites, ainda assim não terminaria.” Por essa razão, todos os Gauḍīya Vaiṣṇavas o chamavam de “dicionário”. E, nos dias em que se celebrava o seu advento, Śrīla Bhaktivedānta Nārāyaṇa Gosvāmī Mahārāja frequentemente o glorificava.


Assim, o uttama-adhikārī é aquele que possui vasto conhecimento das śāstras (śāstra-jñāna), ou seja, que conhece muitos ślokas. Com amplo domínio das escrituras, ninguém consegue vencê-lo em debates filosóficos ou espirituais. Quem pode se comparar a Jīva Gosvāmīpāda, por exemplo? Viśvanātha Cakravartīpāda refutou completamente todas as filosofias māyāvādī, assim como fez Jīva Gosvāmīpāda. Os impersonalistas sequer conseguiam permanecer diante dele. Tanto Jīva Gosvāmīpāda quanto Rūpa Gosvāmīpāda possuem um conhecimento profundo das śāstras. Hoje, eu irei glorificar a ambos.


Vallabhācārya e Rūpa Gosvāmī


Certa vez, enquanto Rūpa Gosvāmīpāda estava em Vṛndāvana escrevendo um grantha (texto sagrado), Vallabhācārya, um paṇḍita muito erudito e instruído, aproximou-se dele. Vallabhācārya era muito orgulhoso de seu conhecimento, e às vezes chegava até a se glorificar diante do próprio Śrī Caitanya Mahāprabhu. Com arrogância, ele se gabava dizendo: “Eu refutei completamente os conceitos da filosofia de Śrīdhara Svāmī.” Ao ouvir isso, Śrī Caitanya Mahāprabhu respondeu com um sorriso:


prabhu hāsi’ kahe, svāmī nā māne yei jana

veśyāra bhitare tāre kariye gaṇana


Caitanya-caritāmṛta (Antya-līlā 7.115)


[“Aquele que não aceita o svāmī (marido) como autoridade, eu a considero uma prostituta.”]


Śrī Caitanya Mahāprabhu o repreendeu com muita suavidade, dizendo: “Como seria possível que você refutasse a filosofia de Śrīdhara Svāmīpāda?” Em outro dia, Vallabhācārya relatou a Śrī Caitanya Mahāprabhu: “Escrevi um comentário sobre o kṛṣṇa-nāma. Nele, ofereci muitas explicações e diversos significados para os santos nomes de Kṛṣṇa.” Mahāprabhu, então, respondeu:


prabhu kahe, kṛṣṇa-nāmera bahu artha nā māni

śyāma-sundara, yaśodā-nandana, ei-mātra jāni


Caitanya-caritāmṛta (Antya-līlā 7.85)


[“Eu não aceito muitos significados diferentes para o santo nome de Kṛṣṇa. Sei apenas que o Senhor Kṛṣṇa é Śyāmasundara e Yaśodā-nandana. Isso é tudo o que sei.”]


E dessa maneira, Śrī Caitanya Mahāprabhu destruiu todo o orgulho de Vallabhācārya. Certa vez, Mahāprabhu louvou todo o Seu grupo, um por um — Advaita Ācārya, Nityānanda Prabhu, Svarūpa Dāmodara, Rūpa Gosvāmīpāda, Sanātana Gosvāmīpāda e Gadādhara Paṇḍita. Só então Vallabhācārya pôde ver quão grandiosos eles realmente eram, e finalmente compreendeu: “Ó, Caitanya Mahāprabhu está, por misericórdia, me mostrando o quão qualificados eles verdadeiramente são.” Imediatamente, todo o orgulho de Vallabhācārya foi destruído, e ele se refugiou aos pés de lótus de Gadādhara Paṇḍita.


Vallabhācārya era apenas alguns anos mais velho que Rūpa Gosvāmīpāda. Aproximando-se, viu que ele manifestava um grantha e perguntou o que estava redigindo. Muito humildemente, Rūpa Gosvāmīpāda respondeu: “Prabhu, estou escrevendo o Bhakti-rasāmṛta-sindhu.” “Este é um grantha magnífico, e o nome é belíssimo — Bhakti-rasāmṛta-sindhu, O Oceano do Néctar da Devoção! Qual śloka, em particular, você está compondo?” perguntou Vallabhācārya. E Rūpa Gosvāmī respondeu: “Atualmente, estou escrevendo o seguinte śloka...”


bhukti-mukti-spṛhā yāvat

piśācī hṛdi vartate

tāvad bhakti-sukhasyātra

katham abhyudayo bhavet


Bhakti-rasāmṛta-sindhu (1.2.22)


[O desejo de aproveitar o mundo material e o desejo de se libertar das amarras materiais são considerados duas bruxas que assombram a pessoa como fantasmas. Enquanto essas bruxas habitarem o coração, como será possível experimentar a bem-aventurança transcendental? Enquanto elas estiverem presentes, não se pode desfrutar a felicidade suprema do serviço devocional.]


A definição do serviço devocional puro


Como é possível que śuddha-bhakti se manifeste no coração daqueles que executam suas práticas espirituais, bhajana e sādhana, enquanto mantêm desejos de fundir-se no Brahman ou desfrutar dos prazeres dos sentidos? Śuddha-bhakti significa serviço devocional puro — ou seja, serviço devocional completamente livre de qualquer traço de gratificação dos sentidos materiais, no qual todas as atividades são dedicadas exclusivamente ao prazer de Kṛṣṇa. A definição de śuddha-bhakti encontra-se no seguinte verso:


anyābhilāṣitā-śūnyaṁ

jñāna-karmādy-anāvṛtam

ānukūlyena kṛṣṇānu-śīlanaṁ

bhaktir uttamā


Bhakti-rasāmṛta-sindhu (1.1.11)


[A prática de atividades destinadas exclusivamente ao prazer de Śrī Kṛṣṇa — ou seja, o fluxo ininterrupto de serviço ao Senhor, realizado por meio de todos os esforços do corpo, da mente e da fala, e por meio da expressão de diversos sentimentos espirituais (bhāvas) — que não está coberta por jñāna (conhecimento voltado à libertação impessoal) nem por karma (atividades em busca de recompensas), e que é isenta de todos os desejos, exceto o anseio de trazer felicidade a Śrī Kṛṣṇa, é chamada de uttama-bhakti, o serviço devocional puro.]


Se vocês praticam bhakti, mas em seus corações ainda existe algum desejo por bhukti (gratificação dos sentidos) ou mukti (fundir-se no Brahman), acabarão perdendo-a. Kṛṣṇa é muito astuto; Ele não concederá bhakti nessas condições.


kṛṣṇa yadi chuṭe bhakte bhukti mukti diyā

kabhu prema-bhakti nā dena rākhena lukāiyā


Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 8.18)


[Se um devoto deseja obter de Kṛṣṇa a libertação ou a gratificação dos sentidos materiais, Ele prontamente concede; mas o serviço devocional puro, Ele mantém oculto.]


Kṛṣṇa esconde prema e não o concede facilmente. Em vez disso, Ele fornece mukti ou bhukti — libertação ou gratificação dos sentidos — àqueles que realizam bhajana e sādhana para Ele. Vocês podem realizar práticas espirituais por milhares de vidas, e mesmo assim, hari-bhakti, o serviço amoroso a Hari, não se manifestará facilmente em seus corações. Por isso, bhakti também é chamada de sudurlabhā, que significa “muito, muito rara”. Śuddha-bhakti não é algo simples de alcançar.


Tornar-se um bhakta com devoção exclusiva, especialmente com o humor de Vraja — como dāsya (servidão), sakhya (amizade), vātsalya (amor parental) ou mādhurya (amor conjugal) — não é algo fácil. Personalidades altamente elevadas como Brahmā, Śiva e Nārada não conseguiram obter gopī-prema. Como, então, seria possível que uma alma condicionada se tornasse uma serva de Śrīmatī Rādhikā — rādhā-dāsyam? Por isso, uma dúvida pode surgir: “Por que estou realizando bhajana e sādhana com um objetivo que está além da minha qualificação?” Vocês podem se questionar dessa maneira, pois esse objetivo é extremamente raro de ser alcançado.


Como podemos nos comparar às histórias que ouvimos sobre o sādhana e o bhajana realizados por ācāryas (mestres espirituais) do passado, como Prahlāda ou Dhruva? Como comparar as austeridades que eles fizeram? Nós não somos tão proficientes em realizar austeridades, nem em realizar nossas práticas espirituais. Dhruva Mahārāja executou austeridades severas durante seis meses; nós jamais conseguiríamos fazer isso. Não conseguimos nem mesmo jejuar adequadamente em um único Ekādaśī, pois antes do meio-dia já tomamos o café da manhã. Gurudeva dizia: “No Ekādaśī, vocês não deveriam nem beber água antes do meio-dia.” Considerando tudo isso, como seria possível alguém alcançar o mais elevado prema rādhā-prema ou gopī-prema?


Em Vraja, Uddhavajī testemunhou o prema de Rādhārāṇī e das gopīs. Mesmo com anseio incessante, ainda assim não é possível receber sequer uma gota do humor de Śrīmatī Rādhikā. Apesar disso, Uddhava continua a realizar austeridades severas às margens de Kusuma-sarovara, na esperança de alcançar esse objetivo. Da mesma forma, ao ouvirem as līlās dos ācāryas do passado — como Brahmā, Śiva e Nārada — e perceberem que, mesmo sendo devotos altamente elevados, eles não conseguiram alcançar rādhā-dāsyam, então, qual é a sua esperança? Como será possível para vocês obterem esse humor?


Sua única esperança é Śrī Caitanya Mahāprabhu, Gaurasundara. Nesta Kali-yuga, Śacīnandana Gaurahari é conhecido como a personificação da generosidade e magnanimidade. Se vocês se renderem total e completamente a Ele, receberão o prema mais elevado. Este śloka declara:


yathā yathā gaura-padāravinde

vindeta bhaktim krta-punya-rāśih

tathā tathotsarpati hrdy akasmāt

rādhā-padāmbhoja-sudhāmśu-rāśiḥ


Śrī Caitanya-candramṛta (88)


[À medida que uma alma piedosa tem a sorte de alcançar devoção pura a Gaurāṅga e se absorve em render serviço aos Seus pés de lótus, o oceano nectário de êxtase devocional que flui dos pés de lótus de Śrī Rādhikā surge gradualmente, sem qualquer causa material, e inunda seu coração.]


Se vocês se renderem completamente a Śacīnandana Gaurahari, pela misericórdia imotivada dEle, alcançarão rādhā-prema. Caso contrário, não há esperança. Mas como podemos fazer isso? Narottama dāsa Ṭhākura explica que aquele que é o mais próximo e querido de Mahāprabhu está completamente rendido. Prabodhānanda Sarasvatīpāda também glorifica os companheiros mais próximos e queridos do Senhor Caitanya. Pela misericórdia imotivada dEle, vocês nascerão em Navadvīpa-dhāma e todas as suas ofensas (aparādha) serão destruídas. Somente pela misericórdia incondicional de Śacīnandana Gaurahari será possível entrar em Vṛndāvana-dhāma. Este é o processo.


gaura-prema-rasārṇave, śe taraṅge jebā ḍube,

se rādhā-mādhava-antaraṅga


Canção Gaurāṅgera Du’ṭī Pada (4), de Śrīla Narottama Dāsa Ṭhākura


[Aquele que mergulha nas ondas do oceano de gaura-prema torna-se um companheiro confidencial de Śrī Śrī Rādhā-Mādhava.]


O amor puro mais elevado é o rādhā-prema — serviço devocional exclusivo a Śrīmatī Rādhikā (rādhā-dāsyam). Gopī-prema não é algo fácil de obter; somente pela misericórdia de Mahāprabhu e de Seu dhāma (morada sagrada) é que se pode alcançá-lo. Nesta Kali-yuga, não há outra esperança senão aprender a render-se a Śacīnandana Gaurahari.


ārādhitam nava-vanam vraja-kānanam te

nārādhitam nava-vanaṁ vraja eva dūre

ārādhito dvija-suto vraja-nāgaras te

nārādhito dvija-suto na taveha kṛṣṇaḥ


Navadvīpa-śataka (78), de Śrīla Prabodhānanda Sarasvatī


[Se você adora Navadvīpa, então também adora a floresta de Vraja. Se não adora Navadvīpa, então a floresta de Vraja está distante. Se você adora o Senhor Caitanya, então também adora Śrī Rādhā e Kṛṣṇa em Vraja. Se não adora o Senhor Caitanya, então não pode adorar Śrī Rādhā e Kṛṣṇa.]


Quem adora Vṛndāvana juntamente com Navadvīpa-dhāma pode, de fato, alcançar Vṛndāvana. Esta é a essência deste śloka — como se render a Sacinandana Gaurahari e ao Seu dhāma. Uma característica especial de gaura-nāma e gaurā-dhāma é que eles não levam em consideração nenhuma ofensa (aparādha).


kṛṣṇa-nāma’ kare aparādhera vicāra

kṛṣṇa balile aparādhīra nā haya vikāra


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 8.24)


[Existem ofensas a serem evitadas ao cantar o mantra Hare Kṛṣṇa. Portanto, simplesmente cantar Hare Kṛṣṇa não leva automaticamente ao êxtase devocional.]


caitanya-nityānande nāhi e-saba vicāra

nāma laite prema dena, vahe aśrudhāra


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 8.31)


[No entanto, se alguém simplesmente canta, com um pouco de fé, os santos nomes do Senhor Caitanya e de Nityānanda, muito rapidamente é purificado de todas as ofensas. Assim, tão logo começa a cantar o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa, experimenta o êxtase do amor por Deus.]


Se vocês cantam os nomes de Kṛṣṇa, kṛṣṇa-nāma, devem considerar as dez ofensas ao santo nome, conhecidas como nāma-aparādha. A primeira nāma-aparādha é criticar os Vaiṣṇavas. A segunda é pensar que kṛṣṇa-nāma é igual ao śiva-nāma, os nomes de Śiva. A terceira é desrespeitar o guru, tanto o dīkṣā-guru, o mestre iniciador, quanto o śikṣā-guru, o mestre instrutor. No entanto, se vocês cantam os nomes de Gaura, gaura-nāma, não há ofensas a serem consideradas; basta cantar “Gaura, Gaura, Gaura” — e vocês alcançarão o prema mais elevado. Além disso, ao visitar a morada de Mahāprabhu, gaura-dhāma, todas as suas ofensas serão destruídas.


Portanto, sua única esperança de alcançar o prema mais elevado, rādhā-dāsyam, que é tornar-se uma serva de Śrīmatī Rādhikā, é Śacīnandana Gaurahari. Lembrem-se sempre dEle, pois Ele é a nossa deidade adorável, iṣṭa-deva. Sob a orientação de Gaurāṅga, adoramos Rādhā-Kṛṣṇa e recitamos o gaura-mantra e os gaura-gāyatrī-mantras. Sem esses mantras, vocês não alcançarão kṛṣṇa-prema, o amor puro por Kṛṣṇa. Por isso, primordialmente, é necessário recitá-los diariamente.


Prosseguindo com a narrativa sobre Vallabhācārya e Rūpa Gosvāmī


Retomando o assunto original, Vallabhācārya perguntou a Rūpa Gosvāmīpāda: “Que grantha você está escrevendo?” Rūpa respondeu humildemente: “Estou escrevendo o Bhakti-rasāmṛta-sindhu.” “Qual śloka você está escrevendo agora?” perguntou Vallabhācārya.


bhukti-mukti-spṛhā yāvat

piśācī hṛdi vartate

tāvad bhakti-sukhasyātra

katham abhyudayo bhavet


Bhakti-rasāmṛta-sindhu (1.2.22)


[O desejo de aproveitar o mundo material e o desejo de se libertar das amarras materiais são considerados duas bruxas que assombram a pessoa como fantasmas. Enquanto essas bruxas habitarem o coração, como será possível experimentar a bem-aventurança transcendental? Enquanto elas estiverem presentes, não se pode desfrutar a felicidade suprema do serviço devocional.]


Após ouvir esse verso, Vallabhācārya disse: “Rūpa, seu śloka é muito belo. Contudo, nele você compara a mukti, libertação, a uma bruxa. Os jñānīs realizam austeridades severas seguindo muitas regras. Afirmar que os jñānīs e a mukti são como bruxas não seria um exemplo inadequado?” Rūpa Gosvāmīpāda, que é a personificação do verso “tṛṇād api sunīcena”, respondeu humildemente: “Prabhu, você é um grande erudito. Diante de você, eu não sou nada. Você é como o sol, e eu sou como uma pequena vela. Portanto, se encontrar algum defeito no meu śloka, pode editá-lo como desejar.” Então Vallabhācārya lhe disse: “Sim! Eu posso editá-los. Contudo, agora já é tarde. Amanhã, por volta do meio-dia, me banharei no Yamunā, e talvez depois eu venha e edite seu grantha. Corrigirei quaisquer falhas ou defeitos que encontrar em tudo o que você escreveu.”


Ao redigir um livro, muitos defeitos surgem. Talvez haja alguns erros no siddhānta ou em alguns ślokas em sânscrito, que podem conter dúvidas ou imperfeições. Essas coisas acontecem. Não podemos manifestar um grantha perfeito, isso é natural. Lembro-me da história em que Īśvara Purīpāda foi à casa de Jagannātha Miśra. Naquela época, Caitanya Mahāprabhu realizava Sua līlā como Nimai Paṇḍita — uma pessoa muito erudita e instruída. Īśvara Purīpāda havia escrito uma obra devocional, o Śrī-Kṛṣṇa-līlā, e naquela ocasião pediu a Nimai: “Você é um grande erudito e todos o chamam de Nimai Paṇḍita. Por favor, revise meu grantha; se encontrar algum erro ou defeito, corrija-o.” Mas o Senhor Caitanya respondeu: “Você é Īśvara Purīpāda! Como Eu poderia encontrar falhas em seu livro?” Mahāprabhu nunca editou os textos sagrados escritos por Īśvara Purī.


Retornando ao assunto, Vallabhācārya estava muito orgulhoso de sua erudição e disse: “Amanhã virei editar seu livro.” Naquele momento, Jīva Gosvāmīpāda, o discípulo de Rūpa Gosvāmī, ficou muito zangado e profundamente contrariado com Vallabhācārya. Os discípulos têm profunda lealdade e fé, niṣṭhā, em seu gurudeva, e isso explica a razão pela qual Jīva Gosvāmīpāda ficou extremamente irado. Ele pensava: “Meu Gurudeva manifestou esses ślokas. Como é possível que ele tente encontrar defeitos neles?” Jīva Gosvāmī acreditava de todo o coração: “Meu Gurudeva escreveu isto, portanto está cem por cento perfeito.” Na época, Jīva ainda era um menino, e mesmo assim ficou muito irritado. No entanto, diante de seu guru, ele não podia dizer nada.


Depois que Vallabhācārya partiu para se banhar no Yamunā, Jīva Gosvāmīpāda disse ao seu guru: “Gurudeva, hoje não há água na cozinha. Preciso ir buscar água no Yamunā.” Rūpa Gosvāmīpāda consentiu, e Jīva Gosvāmīpāda foi ao mesmo local em que Vallabhācārya estava. Ele começou a falar com Vallabhācārya sobre o Bhakti-rasāmṛta-sindhu e qual é a essência dessa obra, resumindo os temas que seu gurudeva havia escrito. Após essa discussão, Jīva Gosvāmīpāda perguntou: “Como é possível que o senhor deseje editar o grantha de meu Gurudeva?” E Vallabhācārya respondeu: “O seu guru compara a mukti, libertação, a uma bruxa, e isso não é adequado.” Ao ouvir isso, Jīva Gosvāmī lhe disse: “Meu Gurudeva não está dizendo isso. O senhor precisa ler com atenção. 'Bhukti mukti spṛhā' — spṛhā significa 'desejo'; ou seja, o que é comparado a uma bruxa são os desejos por bhukti e mukti, não a mukti em si.”


Dessa forma, Jīva Gosvāmīpāda, com base na gramática e de maneira muito elegante, estabeleceu que o que seu gurudeva havia escrito era perfeito, e que não havia necessidade de Vallabhācārya editá-lo. Em seguida, Vallabhācārya compreendeu que o que Jīva dizia era verdade; imediatamente, ele saiu do Yamunā e foi direto até a cabana de Rūpa Gosvāmīpāda. Ao mesmo tempo, Jīva Gosvāmīpāda também estava voltando do Yamunā. Quando chegou, Vallabhācārya perguntou a Rūpa Gosvāmī: “Quem é esse menino?”


Rūpa Gosvāmīpāda respondeu: “Eu tenho dois vínculos com este menino. Ele é meu sobrinho, pois seu pai é meu irmão, e também é meu discípulo.” Vallabhācārya então disse: “Seu discípulo é muito inteligente e rapidamente me refutou. Ele possui um vasto conhecimento dos Vedas, Purāṇas, Upaniṣads e demais escrituras. Você manifestou ślokas perfeitos; eu não posso editá-los. Seu discípulo me derrotou, então como seria possível que eu editasse seus livros? Isso é impossível para mim.” Rūpa Gosvāmīpāda permaneceu em silêncio enquanto Vallabhācārya deixava a cabana.


Externamente zangado com seu discípulo, Rūpa Gosvāmīpāda lhe disse: “Ei, Jīva, você não é qualificado para ficar perto de mim. Quais são os ensinamentos de Caitanya Mahāprabhu?”


tṛṇād api su-nīcena

taror iva sahiṣṇunā

amāninā māna-dena

kīrtanīyaḥ sadā hariḥ


Śrī Caitanya-caritāmṛta (Antya-līlā 20.21)


[Quem se considera mais humilde que uma folha de grama, mais tolerante que uma árvore, que não espera honra pessoal e está sempre disposto a dar todo respeito aos outros, pode muito facilmente cantar o santo nome do Senhor a qualquer momento.]


“Sempre dê respeito aos outros. Se alguém for muito orgulhoso, deixe-o ir para o inferno, mas ainda assim o respeite. Embora Vallabhācārya sinta muito orgulho de sua erudição, quando ele veio até aqui, você não lhe respeitou devidamente e ainda o derrotou. Agora, como é possível que você cante os santos nomes? Vá embora, para onde quiser. Saia daqui!”, disse Rūpa Gosvāmī, muito zangado, e repreendendo Jīva Gosvāmī severamente. Quem pode explicar qual foi a falha de Jīva Gosvāmīpāda? Ao ouvir isso, ele lamentou: “Oh, Gurudeva não está satisfeito comigo. O que farei agora?”


Jīva Gosvāmīpāda decidiu: “Vou abandonar meu corpo.” Ele foi até a margem do Yamunā, onde vivem os crocodilos, com a intenção de se lançar no rio. Um dia se passou, e alguns Vrajavāsīs perguntaram a Rūpa Gosvāmī: “Onde está seu discípulo, Jīva?” No entanto, Rūpa Gosvāmīpāda não respondeu. Então, alguém contou a Sanātana Gosvāmīpāda que um Vrajavāsī viu um menino na margem do Yamunā, vivendo num buraco de crocodilo. Sanātana Gosvāmīpāda foi até lá e viu Jīva chorando copiosamente e entoando os santos nomes.


Com grande humildade, Sanātana Gosvāmī disse: “Jīva, venha comigo”, e o conduziu até Rūpa Gosvāmīpāda. Sanātana era um erudito proeminente, e todos lhe ofereciam respeito. Assim, quando ele chegou à cabana de Rūpa, este, com grande humildade, prestou reverências aos pés de lótus de seu irmão mais velho. Sanātana Gosvāmīpāda então perguntou ao irmão mais novo: “Qual é o ensinamento de Śrī Caitanya Mahāprabhu? Jive-daya paro dharmo — mostrar compaixão por todos os seres vivos.” Rūpa respondeu: “Sim, é isso mesmo. O ensinamento de Mahāprabhu é oferecer misericórdia às almas caídas.”


Sanātana disse: “Você demonstrou misericórdia a todos que, praticando bhajana e sādhana, vieram até você. Como é possível que não ofereça misericórdia a Jīva Gosvāmī? Esse é o ensinamento de Śrī Caitanya Mahāprabhu — jive-doya! Você precisa ter compaixão por todas as jīvas, e ele também é uma jīva. Você deve aceitá-lo novamente como seu discípulo.” Assim, Rūpa Gosvāmīpāda e Jīva Gosvāmīpāda se reencontraram, e ao se abraçarem, derramaram muitas lágrimas.


Sempre glorifique o guru


Algumas perguntas podem surgir: por que Rūpa Gosvāmīpāda estava zangado com seu discípulo? E qual foi, de fato, a falha de Jīva Gosvāmī? Externamente, Rūpa Gosvāmīpāda demonstrou ira, mas na verdade estava ensinando: “Ofereça respeito aos outros; deixe que tenham seu nome, fama e reputação.” Já Jīva Gosvāmīpāda pensava: “Não, devo punir severamente qualquer um que critique meu guru. Há muitos ślokas que afirmam: se alguém critica meu guru, devo aplicar-lhe uma punição rigorosa.”


Na verdade, o śāstra diz que se deve arrancar a língua de quem critica o seu guru — mas esse é um śloka bastante severo. Uma das interpretações para esse verso é que se deve “cortar” sua filosofia, e não a língua literalmente. No entanto, se alguém não possui conhecimento do śāstra (śāstra-jñāna), o melhor é simplesmente nunca mais olhar para o rosto de um ofensor. Em seguida, deve-se banhar-se no Yamunā ou no Ganges e purificar o local da ofensa com a água desses rios sagrados. Ser discípulo significa compreender que: “Se o meu guru é perfeito e fidedigno, jamais devo abandoná-lo, nem abandonar o santo nome (harināma).” Meu Gurudeva, Śrīla Bhaktivedānta Vāmana Gosvāmī Mahārāja, sempre repetia este verso:


mannāthah śrī jagannātha mad guruḥ jagad guruḥ


Guru-stotra


[Meu Senhor é o Senhor do Universo. Meu Guru é o Guru de todo o mundo.]


Às vezes, também repreendo levemente: “O guru é como seu namorado ou namorada, que você tem em um dia, abandona no outro e no seguinte já está com outro?” O guru não deve ser tratado assim. A sua relação com o guru é eterna e transcendental. Isso é sambandha-jñāna (conhecimento da relação espiritual eterna).


Vocês podem abandonar outras coisas, menos o guru. Se o seu mestre é autêntico, sob nenhuma circunstância vocês devem deixá-lo. Há muitos ślokas que descrevem as ofensas cometidas ao abandonar um guru verdadeiro, afirmando que tal ato é imperdoável. Raghunātha dāsa Gosvāmī recebeu dikṣā, iniciação espiritual, de Yadunandana Ācārya e recebeu śikṣa, instrução, de Śrī Caitanya Mahāprabhu, Svarūpa Dāmodara, Rāya Rāmananda, Sanātana Gosvāmīpāda e até mesmo de Rūpa Gosvāmīpāda. No entanto, ele sempre glorificou apenas seu guru.


nāma-śreṣṭham manum api śacī-putram atra svarūpaṁ

rūpaṁ tasyāgrajam uru-puriṁ māthuraṁ goṣṭhavātīṁ

rādhā-kuṇḍaṁ giri-varam aho rādhikā-mādhavāsāṁ

prāpto yasya prathita –kṛpayā śrī-guruṁ tam nato’smi


Śrī Mukta-Carita, de Raghunātha dāsa Gosvāmī


[Sou profundamente grato a Śrī Gurudeva porque ele me concedeu tantas coisas — a concepção mais elevada do santo nome de Kṛṣṇa; a forma suprema do som, que contém o mais alto grau de pensamento, inspiração, ideais e tudo mais. E ele me ofereceu o serviço de nosso grande Salvador, Śrī Caitanya Mahāprabhu, e de Seu mais querido associado, Śrī Svarūpa Dāmodara. Ele também me colocou em conexão com Śrī Rūpa, que foi encarregado de revelar os segredos mais profundos do coração, a forma mais sublime de amor devocional, ragānugā-bhakti.


Gurudeva me concedeu Śrīla Sanātana Gosvāmī, que nos dá o sambandha-jñāna, o entendimento correto da nossa relação com Śrī Kṛṣṇa, e também me presenteou com o Mathurā-maṇḍala, que me auxiliará na lembrança de Rādhā e Govinda, onde quer que eu lance o olhar. Pela graça dele, Gurudeva revelou a posição suprema do Rādhā-kuṇḍa, o lugar predileto de Rādhā e Govinda para Seus passatempos, e Girirāja Govardhana. Por fim, ele me deu a esperança de que um dia poderei servir a Śrī Śrī Rādhikā e Madhava. Por todas essas dádivas, inclino minha cabeça com respeito aos seus pés de lótus.]


Dessa maneira, Raghunātha Dāsa Gosvāmī glorificava seu dikṣā-guru, Yadunandana Ācārya. Ele dizia: “Se você pensar que, talvez, seu gurudeva seja menos inteligente que você, poderá aceitar dikṣā dele, mas buscar śikṣā de outro guru genuíno.” Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura explica que você só pode abandonar seu guru se ele apresentar três falhas: se ele for impersonalista, māyāvādī; se ele estiver sempre criticando Vaiṣṇavas ou cometendo vaiṣṇava-aparādha, ofensa aos Vaiṣṇavas; e, por fim, se ele se associar indevidamente com mulheres ou se casar. Se qualquer uma dessas três falhas estiver presente, abandone esse guru insensato e refugie-se nos pés de lótus de um guru Vaiṣṇava genuíno — não deve haver concessões nesse aspecto. Mahāprabhu deu alguma concessão a Choṭa Haridāsa? Se seu guru é um Vaiṣṇava genuíno, então não há absolutamente nenhuma circunstância em que você possa abandoná-lo.


Certa vez, um devoto perguntou: “Ó Gurudeva, se a vaca não dá leite, o que devo fazer?” O verdadeiro sentido dessa pergunta é: o que deve ser feito se seu guru não lhes concedeu a mais elevada prema-bhakti? Srila Gurudeva, durante uma caminhada matinal, também foi questionado sobre isso, e sua resposta pode ser encontrada em seu livro Walking with a Saint. Portanto, eu pergunto: o que vocês farão se seu guru não lhes conceder o amor devocional supremo?


Se a vaca não dá mais leite, algumas pessoas podem pensar em matá-la para comer sua carne; esse tipo de pensamento é comum especialmente em filosofias ocidentais, onde eles simplesmente enviam a vaca para o matadouro. Gurudeva jamais ensinou algo assim. Em vez disso, ele instruía: “Se a vaca não estiver dando leite, mantenha-a com você e traga outra vaca.” Esse é o padrão de nossa cultura indiana: se a vaca não está mais fornecendo leite, jamais devemos descartá-la. Em vez disso, continuamos a cuidar dela com afeição, e então podemos trazer outra vaca que dê leite.


Da mesma forma, se o seu guru não for capaz de lhes conceder o mais elevado prema, ainda assim vocês não devem abandoná-lo. O que fazer, então? Vocês podem aceitar dīkṣā dele e receber śikṣā de outro guru genuíno. Assim fizeram Vrajanātha e Vijaya Kumāra: ambos receberam dīkṣā de um guru e, mais tarde, em Jagannātha Purī, aceitaram śikṣā de Bābājī Mahārāja, sem jamais abandonar seu dīkṣā-guru. E o mesmo ocorreu com Raghunātha dāsa Gosvāmī. Esse é o processo.


Na história de Jīva e Rūpa Gosvāmīpāda, Sanātana Gosvāmīpāda disse: “Ei Rūpa, Jīva não possui falhas. Ele apenas estabeleceu que o tattva-siddhānta que você apresentou é perfeito. Como seria possível que aquele erudito refutasse as suas conclusões?”


Certa vez, um māyāvādī impersonalista visitou Mathurā. Durante sua estadia, esse māyāvādī teve uma discussão com Parama-Gurudeva, Śrīla Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Mahārāja, sobre se a jīva é Brahma. Naquele momento, Śrīla Gurudeva, Nārāyaṇa Gosvāmīpāda Mahārāja, estava sentado por perto. Então, Śrīla Gurudeva disse: “Kṛṣṇa não apenas ergueu Girirāja Govardhana, mas também engoliu o incêndio florestal." Em outras palavras, Śrīla Gurudeva estava insinuando: “Portanto, você é Brahma?” O māyāvādī respondeu: “Sim, eu sou Brahma, vocês são Brahma; todos são Brahma.” Em seguida, Parama-Gurudeva retrucou: “Então tragam um graveto em chamas e coloquem na boca dele, já que ele é Brahma.” Assim, Śrīla Gurudeva o fez, e o māyāvādī não teve outra escolha senão ir embora. Se alguém disser: “Eu sou Brahma”, digam a ele: “Está bem, venha aqui! Kṛṣṇa é Bhagavān Brahma, e se você também é, ambos são iguais. No Śrīmad-Bhāgavatam está escrito que Kṛṣṇa bebeu o incêndio florestal. Desse modo, você também deve consumir o fogo!”


Gurudeva costumava dizer que, na época em que Parama-Gurudeva residia no templo, muitos māyāvādīs o visitavam — e ele derrotava todos. De maneira semelhante, o argumento de Jīva Gosvāmīpāda foi perfeito: “Como poderia haver qualquer defeito no que meu Gurudeva escreveu? Seus ślokas são cem por cento perfeitos. Não há defeitos nem falhas neles.” Às vezes, vocês podem não compreender algo que o guru diga — isso é uma situação completamente diferente. Esforcem-se para entender, pois tudo o que o guru diz é perfeito.


Esses são alguns dos ensinamentos subjacentes desta līlā entre Rūpa e Jīva Gosvāmīpāda. Jīva Gosvāmī manifestou muitos granthas, especialmente os Seis Sandarbhas: Tattva-sandarbha, Bhāgavat-sandarbha, Paramātmā-sandarbha, Kṛṣṇa-sandarbha, Bhakti-sandarbha e Prīti-sandarbha, os quais refutam adequadamente as filosofias māyāvādīs equivocadas e estabelecem kṛṣṇa-bhakti corretamente.


Bolo Jīva Gosvāmīpāda kī jaya!

Rūpa Gosvāmīpāda kī jaya!

Jaya jaya Śrī Rādhe!



Tradução e edição: Taruṇī-gopī dāsī

Revisão: Vṛndāvana-candra dāsa


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