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As glórias de Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja

  • Foto do escritor: Vana Madhuryam Brasil
    Vana Madhuryam Brasil
  • 16 de set.
  • 11 min de leitura
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Śrīla Bhaktivedānta Vana Gosvāmī Mahārāja

24 de setembro de 2017, Malásia


Em nosso guru-paramparā, sucessão discipular de mestres espirituais, Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja é o discípulo mais próximo e querido de nitya-līlā-praviṣṭa oṁ viṣṇupāda aṣṭottara-śata Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Prabhupāda.


vaiṣṇavera guṇa-gāna, karile jīvera trāṇā


[“Ao glorificar as qualidades dos Vaiṣṇavas, o ser vivo alcança a libertação do cativeiro da existência material.”]


No livro Caitanya-bhāgavata, Vṛndāvana dāsa Ṭhākura explica: “Nesta vida, é muito difícil realizar bhajana e sādhana, práticas espirituais, pois a influência de Kali-yuga é muito poderosa. No entanto, ao ouvirmos as histórias da vida de nossos ācāryas, mestres predecessores, e do nosso guru-varga, linhagem discipular — como eles executaram sādhana-bhajana e serviram o guru-paramparā —, nasce em nossos corações uma esperança (āśā).” 


Eu sempre enfatizo guru-sevā, o serviço ao guru. Prahlāda Mahārāja disse:


guru-śuśrūṣayā bhaktyā

sarva-labdhārpaṇena ca

saṅgena sādhu-bhaktānām

īśvarārādhanena ca


Śrīmad-Bhāgavatam (7.7.30)


[“Deve-se aceitar o mestre espiritual genuíno e prestar-lhe serviço com grande devoção e fé. O que quer que se tenha em mãos deve ser oferecido ao mestre espiritual e, na companhia de pessoas santas e devotos, deve-se adorar o Senhor.”]


Há muitos processos para alcançar o Senhor. No entanto, Prahlāda Mahārāja disse: “Um processo muito simples é servir ao guru guru-śuśrūṣayā, guru-sevā. Esse é o melhor e mais fácil caminho.” Śrīla Gour Govinda Gosvāmī Mahārāja acrescentou: “Neste mundo material, você sacrifica todo o seu sangue pelos seus familiares e por todos os outros, e ainda assim é muito difícil satisfazê-los completamente. Mas, se você oferecer mesmo um pouco de serviço ao guru, ele ficará satisfeito com você.”


Se Kṛṣṇa estiver insatisfeito com você, o guru pode protegê-lo; mas, se o guru estiver insatisfeito, ninguém pode protegê-lo. Portanto, a conclusão é que devemos servir com fé e devoção os pés de lótus do guru, pois guru-niṣṭhā e guru-bhakti constituem a espinha dorsal do nosso sādhana-bhajana.


O serviço de Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja


Nós vemos como os discípulos de Śrīla Bhaktisiddhānta Sarasvatī Ṭhākura Prabhupāda — como Śrīla Bhakti Prajñāna Keśava Gosvāmī Mahārāja, Śrīla Bhakti Dayita Mādhava Gosvāmī Mahārāja, Śrīla Bhakti Rakṣaka Śrīdhara Gosvāmī Mahārāja e Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja — eram completamente rendidos aos seus pés de lótus, servindo Prabhupāda e realizando todos os seus desejos. Contudo, de que maneira eles realizaram os desejos de seu mestre espiritual? Um guru nunca forma discípulos; ele forma gurus — essa é a filosofia. Isso significa que o mestre espiritual inspira o coração de seus discípulos a pregarem pelo mundo inteiro. O Senhor Caitanya Mahāprabhu disse:


pṛthivīte āche yata nagarādi grāma

sarvatra pracāra haibe mora nāma


Caitanya-bhāgavata (Antya-khaṇḍa, 4.126)


[“Em toda cidade e vila do mundo, o cantar do Meu santo nome será ouvido.”]

 

Por esse motivo, todos os discípulos de Prabhupāda pregaram em todos os cantos do planeta e hoje são chamados de jagat-gurus — gurus do mundo inteiro. E como Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja serviu seu mestre espiritual? Eu ouvia frequentemente Gurudeva, Śrīla Nārāyaṇa Gosvāmī Mahārāja, glorificá-lo. Em diversas ocasiões, Gurudeva dizia: “Quando conheci Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī, sempre notei que ele estava absorto em escrever. Ele produziu muitos granthas (livros) e estava constantemente cantando os santos nomes.” Śrīla Prabhupāda deu-lhe esta instrução: “Você deve manifestar granthas.” 


Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja também realizou muitos outros serviços. Durante esse período, ele atuou como presidente do templo. Śrīla Bhaktisiddhānta Prabhupāda sempre dizia a seus discípulos: “Todos devem cantar 64 voltas de santos nomes.” Vocês já cantaram 64 voltas e, portanto, compreendem o significado disso? Śrīla Prabhupāda também instruiu Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja a administrar tudo relacionado à sua patrikā (revista periódica). Assim, ele cuidava da administração e, ao mesmo tempo, manifestava granthas.


Certo dia, Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja perguntou ao seu mestre espiritual: “Gurudeva, o senhor me instruiu a cantar 64 voltas de santos nomes todos os dias. Será que posso cantar um pouco menos? Talvez 40 ou 50 voltas?” Bhaktisiddhānta Prabhupāda então lhe perguntou: “Quantas horas você dorme por noite?”, e Mahārāja respondeu: “Durmo apenas quatro horas.” Ele tinha apenas quatro horas de sono, pois as outras vinte ele permanecia ocupado em sevā. Por fim, Śrīla Prabhupāda instruiu: “Você pode dormir uma hora a menos — apenas três horas —, mas não deve deixar de cantar 64 voltas de santos nomes.”


Quando ouvimos esse kathā (história), muita inspiração surge no coração. Escutar como os discípulos de Prabhupāda o serviram é extremamente inspirador. Embora Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja estivesse ocupado em seu sevā diário por vinte horas e dormisse apenas quatro, Prabhupāda insistiu: “Você não pode ser dispensado.” Vocês dizem: “Ó Gurudeva, não tenho tempo para cantar tantos nomes sagrados…” Mas a resposta é: “Tudo bem, então durmam menos, pois ainda assim deverão cantar 64 voltas do santo nome todos os dias.”


saṅkhyā-pūrvaka-nāma-gāna-natibhiḥ kālāvasānī-kṛtau


Śrī Ṣaḍ-gosvāmyaṣṭakam (6), de Śrīla Śrīnivāsa Ācārya


[“Os Seis Gosvāmīs passavam o tempo cantando diariamente um número fixo de santos nomes, cantando músicas específicas e oferecendo reverências regulamentadas (aos santos, divindades e aos lugares das passatempos do Senhor).”]


Na época de Prabhupāda, os devotos eram muito firmes. Todo brahmacārī (estudante celibatário) devia cantar 64 voltas de santos nomes, além de cumprir seu serviço regular. Se vocês apenas cantarem os nomes sagrados sem engajar a mente no serviço ao guru, ela vagueará de um lado para o outro, pois nossas mentes são como fantasmas. Por isso, é necessário cantar 64 voltas de santos nomes e ler granthas todos os dias.


Naqueles tempos, definitivamente não havia desculpas. Se alguém tentasse dizer: “Oh, eu não tenho tempo, preciso fazer tantas coisas…”, a resposta era clara. Basta observar como Śrīla Prabhupāda se dirigiu a Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja: “Se você dorme quatro horas por dia, durma apenas três e use essa hora extra para cantar mais santos nomes.” Essa foi a instrução firme que ele deu ao seu discípulo. Quando ouvimos este kathā, uma inspiração surge no coração. Logo, vocês devem cantar os santos nomes e também prestar serviço ao Guru e aos Vaiṣṇavas. Se não cantarem os santos nomes, como a mente de vocês será purificada?


nāma vinu kali-kāle nāhi āra dharma

sarva-mantra-sāra nāma, ei śāstra-marma


Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā, 7.74)


[“Nesta era de Kali, não há outro princípio religioso a não ser o cantar do santo nome, que é a essência de todos os hinos védicos. Esse é o significado de todas as escrituras.”]


A essência de todas as escrituras é o nāma-saṅkīrtana, o cantar dos santos nomes do Senhor. Como vocês poderiam permanecer com o Senhor se não cantarem os santos nomes — quem dirá com o Guru ou os Vaiṣṇavas?


A personificação da humildade


Li e ouvi dos discípulos de Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja a história de sua vida. Em certa ocasião, tive a grande fortuna de encontrá-lo em Vṛndāvana. Naquela época, ele não tinha templo próprio e estava hospedado na Śrī Caitanya Gauḍīya Maṭha. Nesse dia, cheguei acompanhado de Śrīla Gurudeva. Talvez vocês tenham visto a foto daquele momento em que Gurudeva e eu nos encontramos com ele. Eu tive a oportunidade de vê-lo muitas vezes. Ele sempre foi incrivelmente humilde, e é considerado a personificação do verso “tṛṇād api sunīcena”. Mahārāja estava sempre cantando alegremente: “Haribol! Haribol! Haribol!”


Encontro de Śrīla Bhaktivedānta Nārāyaṇa Gosvāmī Mahārāja com Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja
Encontro de Śrīla Bhaktivedānta Nārāyaṇa Gosvāmī Mahārāja com Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja

Vou lhes contar uma de suas histórias, que mostra claramente por que ele era a personificação do verso “tṛṇād api sunīcena” e a própria encarnação da humildade, dainya-mūrti. Certa vez, um ācārya estava dando uma aula sobre o texto sagrado Bhajana-rahasya. No prefácio, Śrīla Bhaktisiddhānta Prabhupāda escreveu sobre arcana, a adoração à Ṭhākurajī, e bhajana, que é a realização da própria forma constitucional transcendental (siddha-deha) e, com essa forma, o serviço direto ao Casal Divino, Śrī Śrī Rādhā e Kṛṣṇa. 


Esse é o verdadeiro bhajana. É importante compreender que sādhana e bhajana não são a mesma coisa. Às vezes essas palavras são usadas como se fossem equivalentes, mas isso não está correto. Bhajana é uma prática espiritual de nível muito elevado — somente os uttama-mahā-puruṣas, devotos puros no mais elevado estágio da vida devocional, podem realizá-lo. Nós, de fato, não podemos praticar bhajana plenamente; apenas os companheiros eternos de Kṛṣṇa, os nitya-parikaras, são capazes disso. A palavra bhajana significa sevā, serviço devocional. E nós somos sādhakas, praticantes espirituais. Portanto, o que podemos realizar é sādhana — as práticas devocionais reguladas.


Para explicar brevemente: arcana significa adorar o Senhor, e a maioria dos devotos neófitos, kaniṣṭha-adhikārīs, concentra sua prática principalmente na adoração de Ṭhākurajī.


arcāyām eva haraye

pūjāṁ yaḥ śraddhayehate

na tad-bhakteṣu cānyeṣu

sa bhaktaḥ prākṛtaḥ smṛtaḥ


Śrīmad-Bhāgavatam (11.2.47)


[“Um devoto que se dedica fielmente à adoração da Deidade no templo, mas não se comporta adequadamente com os outros devotos ou com as pessoas em geral, é chamado de prākṛta-bhakta, um devoto materialista, e isso é considerado a posição mais baixa.”]


Essa é uma das definições de um devoto kaniṣṭha-adhikārī, ou devoto neófito. No prefácio do Bhajana-rahasya, Śrīla Bhaktisiddhānta Prabhupāda escreveu sobre arcana e bhajana, e quando o ācārya deu esse exemplo de arcana, ele estava se referindo mais ao arcana dos kaniṣṭha-adhikārī. Entretanto, é importante compreender que, nos estágios mais elevados, não há diferença entre arcana e bhajana. Śrīla Jīva Gosvāmipāda explicou: “Arcana significa kuñja-sevā — o serviço nos bosques dos passatempos de Śrī Śrī Rādhā-Kṛṣṇa.” Assim como Śrī Rūpa Gosvāmī e outros devotos elevados realizam mānasi-sevā (serviço mental) em seus siddha-dehas (corpos espirituais), eles praticam esse tipo de arcana, proclamando: “Rādhikām arcayāmi — eu adoro Śrī Rādhikā.”


Esse ācārya, na verdade, não estava criticando ninguém; ele apenas disse, durante seu hari-kathā: “Vocês sabiam que Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja é um especialista em adorar a Ṭhākurajī? Nascido em uma família sacerdotal (brāhmaṇa), desde a infância ele recebeu muitas boas impressões e adorava a Ṭhākurajī com grande habilidade e propriedade.” Um discípulo de Śrīla Bhakti Pramoda Purī Mahārāja estava presente nessa ocasião, mas não compreendeu completamente o que o orador disse. Por isso, ele pensou erroneamente: “Será que meu Gurudeva é um kaniṣṭha-adhikārī? Como dizem os śāstras (escrituras sagradas), o foco e as intenções de um kaniṣṭha-adhikārī estão em realizar arcana.”


Todo discípulo normalmente pensa: “Meu Gurudeva é um uttama-bhāgavata — um devoto exaltado.” Entretanto, este discípulo agora se questionava: “Será que ele criticou meu Gurudeva, dizendo que ele é um kaniṣṭha-adhikārī?” Sua mente ficou muito perturbada, pois, às vezes, os ouvintes não captam corretamente o que foi dito — eles ouvem a mensagem com um ouvido, e ela sai pelo outro. Muitas vezes, talvez nem estejam realmente ouvindo; simplesmente se sentam e permitem que suas mentes vagueiem. Esse é o problema.


Similarmente, aquele discípulo de Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja não ouviu corretamente. Então, após a aula, ele se aproximou de seu Gurudeva e disse: “Gurudeva, minha mente está muito perturbada.” Mahārāja indagou: “O que aconteceu?”, e o discípulo respondeu: “Eu ouvi o hari-kathā dessa pessoa, e ele disse que o senhor é um kaniṣṭha-adhikārī!” Ao ouvir isso, Mahārāja perguntou com grande humildade: “Você ouviu esse hari-kathā de um Vaiṣṇava?” e, em seguida, exclamou com alegria: “Haribol! Haribol!” Depois, ele pegou sua japa-mālā (cordão de 108 contas de oração) e a colocou sobre a cabeça, dizendo: “Eu pensava que ainda não era um Vaiṣṇava. Mas agora um Vaiṣṇava me deu este título de kaniṣṭha-adhikārī. Vejam só, eu sou um kaniṣṭha-adhikārī!”


No texto sagrado Caitanya-caritāmṛta é dito: 


yāhāra komala śraddhā, se ‘kaniṣṭha’ jana 

krame krame teṅho bhakta ha-ibe ‘uttama’


Caitanya-caritāmṛta (Madhya-līlā, 22.69)


[“Aquele cuja fé é suave e maleável é chamado de neófito; porém, seguindo gradualmente o processo, ele se elevará à plataforma de um devoto de primeira classe.”]


Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja disse a seu discípulo: “Num primeiro momento, uma pessoa é um kaniṣṭha-adhikārī, um devoto neófito. Depois de alguns anos, ela se tornará um madhyama-adhikārī, um devoto intermediário, e mais tarde, um uttama-adhikārī, um devoto avançado. Sendo assim, por que você está perturbado com isso? Um Vaiṣṇava acabou de me dar este selo de que sou um Vaiṣṇava. Antes disso, eu pensava que ainda não era um Vaiṣṇava.”


‘āmi tô’ vaiṣṇava’—e buddhi hôile, amānī nā ha’bô āmi

pratiṣṭhāśā āsi’, hṛdaya dūṣibe, hôibô niraya-gāmī


Canção Kṛpā Karô Vaiṣṇava Ṭhākura (2), de Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura


[“Se eu desenvolver a ideia de que ‘sou um Vaiṣṇava’, nunca me tornarei humilde. Meu coração ficará contaminado pelo desejo de receber honra dos outros, e irei para o inferno.”]


Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura cantou: “Você não poderá respeitar os outros se pensar que é um Vaiṣṇava.” Sempre tentem considerar: “Eu não sou um Vaiṣṇava; todos os outros são Vaiṣṇavas.” Esse passatempo mostra o porquê Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja é a personificação do verso “tṛṇād api sunīcena”. Qualquer uttama-bhāgavata sempre se considera apenas um kaniṣṭha, ou até chega a pensar que não é nem isso. Essa é a humildade dos Vaiṣṇavas.


O Senhor Caitanya Mahāprabhu nos ensinou como podemos sempre nos tornar humildes:


tṛṇād api sunīcena

taror iva sahiṣṇunā

amāninā mānadena

kīrtanīyaḥ sadā hariḥ


Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā, 17.31)


[“Somente aquele que se julga inferior a uma folha de grama, que é tolerante como uma árvore, que não espera nenhuma honra para si mesmo e que é capaz de oferecer o devido respeito a todos os outros, está qualificado para cantar perpetuamente os santos nomes de Śrī Hari.”]


Os requisitos para cantar os nomes sagrados


Se vocês desejam cantar os santos nomes, antes de tudo devem cultivar quatro qualificações. Primeiro, tṛṇād api sunīcena — permanecer sempre mais humilde que uma folha de grama. Segundo, taror iva sahiṣṇunā — ser tolerante como uma árvore. Terceiro, amāni — nunca ansiar por nome, fama ou reputação próprios. E quarto, mānadena — oferecer sempre respeito aos outros. Somente então vocês estarão qualificados para cantar os santos nomes. Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura compôs uma canção sobre isso:


kabe nityānanda, more kori 'doyā, 

chārāibe mora viṣayera māyā 

diyā more nija-caraṇera chāyā, 

nāmera hāṭete dibe adhikāra


Canção Kabe Ha’be Bolo (6), de Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura


[“Quando Nityānanda Prabhu será misericordioso e me libertará da ilusão do desfrute material? Ao me conceder a sombra de Seus pés de lótus, Ele me dará a qualificação para entrar no mercado do santo nome.”]


O trecho “kabe nityānanda”, presente na canção de Śrīla Bhaktivinoda Ṭhākura, refere-se ao akhaṇḍa-guru-tattva — o princípio indiviso do mestre espiritual, do qual todos os gurus se manifestam. Ele lhes concederá abrigo sob Seus pés de lótus e, então, vocês serão libertados de todas as garras de māyā — o apego à gratificação dos sentidos materiais. Somente depois disso vocês estarão qualificados para cantar os nomes sagrados.


Hare Kṛṣṇa Hare Kṛṣṇa

 Kṛṣṇa Kṛṣṇa Hare Hare

 Hare Rāma Hare Rāma

 Rāma Rāma Hare Hare


Como mencionado, Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja é a personificação do verso “tṛṇād api sunīcena”, e ele cantava constantemente os santos nomes. Quando tive a oportunidade de encontrá-lo, ele principalmente glorificou o nāma, o santo nome do Senhor, e explicou sobre nāma-aparādha, as ofensas contra o santo nome. Vocês devem refletir seriamente sobre as dez ofensas aos santos nomes, pois isso é muito importante. Cantar os santos nomes é essencial, mas a questão é: de que maneira iremos cantá-los?


ye-rūpe la-ile nāma prema upajaya

tāhāra lakṣaṇa śuna, svarūpa-rāma-rāya


Caitanya-caritāmṛta (Antya-līlā, 20.20)


[“Śrī Caitanya Mahāprabhu continuou: ‘Ó Svarūpa Dāmodara Gosvāmī e Rāmānanda Rāya, ouçam de Mim os sintomas de como se deve cantar o mahā-mantra Hare Kṛṣṇa para despertar, muito facilmente, o amor adormecido por Kṛṣṇa.’"]


O próprio Śacīnandana Gaurahari disse: “Ó Svarūpa Dāmodara Gosvāmī e Rāya Rāmānanda, como vocês cantarão os santos nomes? Aceitar hari-nāma e dīkṣā de um guru não é suficiente; vocês devem aprender a cantar os santos nomes corretamente.” Aprendam esses ślokas (versos sagrados), especialmente o terceiro verso do Śikṣāṣṭakam: “tṛṇād api sunīcena, taror iva sahiṣṇunā, amāninā mānadena, kīrtanīyaḥ sadā hariḥ.” Além disso, sempre controlem seus sentidos, pois isso é de suma importância.


Portanto, hoje é um dia muito auspicioso e excelente. Há muitas histórias da vida de Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja que podemos compartilhar, mostrando como ele serviu guru-pāda-padma, os pés de lótus de seu guru. Presto minhas humildes reverências a ele e oro para que, um dia, eu possa servir meu Gurudeva assim como ele serviu o seu.


vāñchā-kalpa-tarubhyaś ca 

kṛpā-sindhubhya eva ca 

patitānāṁ pāvanebhyo

vaiṣṇavebhyo namo namaḥ 


[“Ofereço minhas respeitosas reverências a todos os devotos Vaiṣṇavas do Senhor, os quais são como árvores-dos-desejos, capazes de satisfazer os desejos de todos, e são cheios de compaixão pelas almas condicionadas e caídas.”]


Jaya Śrīla Gurudeva kī jaya!

Jaya Śrīla Bhakti Pramoda Purī Gosvāmī Mahārāja kī jaya!

Jaya jaya Śrī Rādhe!




Tradução: Induprabhā devī dāsī (SP)

Diacríticos: Gaura-gopāla dāsa (SP)

Edição: Taruṇī-gopī dāsī (SP)

Revisão: Acyuta-priya devī dāsī (SP) e Taruṇī-gopī dāsī (SP)


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