Glórias de Śrī Gadādhara Paṇḍita
- Vana Madhuryam Brasil
- 27 de abr.
- 18 min de leitura

Śrīla Bhaktivedanta Vana Gosvāmī Mahārāja
26 de abril de 2017, Skype
Hoje é um dia auspicioso e excelente, o dia do advento de Śrī Gadādhara Paṇḍita, a expansão direta de Śrīmatī Rādhikā. Por isso, eu falarei um pouco sobre a sua história de vida e as suas contribuições.
No Caitanya-caritāmṛta, Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī glorificou belamente Gadādhara Paṇḍita. Ele menciona que há dois Gadādharas: um é Gadādhara Paṇḍita, e o outro é Gadādhara dāsa. Śrī Gadādhara Paṇḍita nasceu em Navadvīpa-dhāma e é conhecido como a expansão direta de Śrīmatī Rādhikā. Já Gadādhara dāsa é uma das expansões dEla. No entanto, a maioria das pessoas só sabe a respeito de Gadādhara Paṇḍita.
No texto sagrado Gaura-gaṇoddeśa-dīpikā também é dito que, em kṛṣṇa-līlā, Gadādhara Paṇḍita se faz presente como Śrīmatī Rādhikā.
Kṛṣṇa não consegue desvendar o mistério do amor de Śrīmatī Rādhikā
Kṛṣṇa é conhecido como rasika-śekhara, pois Ele saboreia as doçuras dos corações dos Vrajavāsīs e é muito misericordioso e compassivo com todos os seres vivos. Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī afirma:
prema-rasa-niryāsa karite āsvādana
rāga-mārga bhakti loke karite pracāraṇa
rasika-śekhara kṛṣṇa parama-karuṇa
ei dui hetu haite icchāra udgama
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 4.15–16)
[O desejo do Senhor de Se manifestar surgiu por dois motivos: Ele desejava saborear a doce essência do amor a Deus e queria propagar no mundo o serviço devocional na plataforma da atração espontânea. Por isso, Ele é conhecido como sendo supremamente jubiloso e o mais misericordioso de todos.]
Icchāra udgama significa “o desejo do Senhor de Se manifestar”. Em Sua kṛṣṇa-līlā, Kṛṣṇa saboreia todos os tipos de prema (amor puro) dos Vrajavāsīs, como dāsya (amor servil), sakhya (amor de amizade), vātsalya (amor parental), mādhurya-prema (amor de amante) e, especialmente, o prema das gopīs (o amor das donzelas de Vraja). Ele também saboreia o prema de Śrīmatī Rādhikā, mas não plenamente.
Quando as līlās (passatempos) de Kṛṣṇa neste mundo se encerraram, Ele retornou a aprakaṭa Goloka Vṛndāvana (a morada suprema e eterna do Senhor Kṛṣṇa no mundo espiritual, invisível aos olhos materiais) e pensou: “Eu saboreei todos os tipos de prema que existem nos corações dos Vrajavāsīs, mas quando tentei lembrar do prema de Śrīmatī Rādhikā, fiquei surpreso ao descobrir como Ela Se sente em relação a Mim. Eu sou Bhagavān, e todos são atraídos pelas Minhas quatro qualidades extraordinárias: prema-mādhurya, rūpa-mādhurya, līlā-mādhurya e veṇu-mādhurya. Até mesmo Śrīmatī Rādhikā fica inebriada com a Minha beleza, com a doce fragrância do Meu corpo, com as Minhas doces līlās e com o som da Minha flauta (veṇu-dhvani).”
No Śrīmad-Bhāgavatam, Śrīla Śukadeva Gosvāmīpāda explicou de forma muito bela e elaborada como Kṛṣṇa inebria os corações de todos os seres vivos — especialmente os corações das gopīs — por meio de Sua veṇu-mādhurya (a doçura do som de Sua flauta), rūpa-mādhurya (a doçura de Sua beleza), līlā-mādhurya (a doçura de Seus passatempos divinos) e prema-mādhurya (a doçura de Seu amor divino).
Kṛṣṇa estava pensando: "Eu sou Bhagavān — isso é um fato. Ainda assim, quando penso em Śrīmatī Rādhikā, pergunto-Me: por que Ela fica tão extasiada com a Minha beleza e com as Minhas diversas atividades? Eu não consigo Me sentir completamente perplexo como Ela."
paraspara veṇu-gīte haraye cetana
mora bhrame tamālere kare āliṅgana
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 4.251)
[O sussurro semelhante ao som de uma flauta, produzido pelos bambus ao se friccionarem, rouba a consciência de Śrī Rādhārāṇī, pois Ela o confunde com o som da Minha flauta. Assim, Ela abraça a árvore tamāla, confundindo-a Comigo.]
Quando Śrīmatī Rādhikā alcança o estado mais elevado de prema, a loucura transcendental (divya-unmāda-daśā), Kṛṣṇa pensa: "É como se Eu estivesse diante dEla, quando, na verdade, não estou. Se Ela vê qualquer coisa de cor preta, pensa que sou Eu. Se vê as árvores tamāla — que são negras — Ela as abraça como se fossem a Minha própria forma."
Mora bhrame tamālere kare āliṅgana — “Ao ver uma nuvem escura, Ela fica completamente desorientada e Se põe a correr, pois pensa que a nuvem sou Eu. Que tipo de prema existe no coração de Śrīmatī Rādhikā? Como Ela pode ficar tão aturdida por esse tipo de amor? Se Ela apenas ouve o som do atrito entre dois galhos, imediatamente pensa: ‘Oh, esse é o som da flauta de Kṛṣṇa!’ Mas não sou Eu quem está por trás desse som.”
Dessa forma, Kṛṣṇa contempla profundamente o prema encontrado no coração de Śrīmatī Rādhikā e sobre como Ela fica completamente desorientada quando Sua divya-unmāda-daśā (loucura transcendental) surge. Esse é o motivo pelo qual Kṛṣṇa decide: “Preciso experimentar esse prema mais elevado. No entanto, sem a tez e o humor de Śrīmatī Rādhikā, não consigo saborear esses humores mais sublimes.”
Svarūpa Dāmodara compôs este verso explicando os três principais motivos pelos quais Kṛṣṇa aparece nesta Kali-yuga sob a forma do Senhor Caitanya Mahāprabhu:
śrī-rādhāyāḥ praṇaya-mahimā kīdṛśo vānayaivā-
svādyo yenādbhuta-madhurimā kīdṛśo vā madīyaḥ
saukhyaṁ cāsyā mad-anubhavataḥ kīdṛśaṁ veti lobhāt
tad-bhāvāḍhyaḥ samajani śacī-garbha-sindhau harīnduḥ
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 1.6)
[Desejando entender a glória do amor de Rādhārāṇī, as qualidades maravilhosas dEle que só Ela aprecia por meio do Seu amor, e a felicidade que Ela sente ao compreender a doçura do amor dEle, o Supremo Senhor Hari, ricamente imbuído das emoções dEla, surge do ventre de Śrīmatī Śacīdevī, assim como a Lua surge do oceano.]
Primeiro: śrī-rādhāyāḥ praṇaya-mahimā — Kṛṣṇa pensa: “Quais são as glórias do amor divino que Śrīmatī Rādhikā sente por Mim?” Segundo: “O que há na Minha beleza que a faz saboreá-la incessantemente, a ponto de enlouquecer Seu coração?” E terceiro: "Quando Ela saboreia essas belezas e outras atividades, que tipos de sentimentos surgem em Seu coração?"
Por esses três motivos, Kṛṣṇa apareceu nesta Kali-yuga sob a forma do Senhor Caitanya Mahāprabhu. No Śrī Caitanya-caritāmṛta, Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī explicou que Kṛṣṇa assumiu a tez e o humor de Śrīmatī Rādhikā e, então manifestou-Se como Śacīnandana Gaurahari.
prema-bhakti śikhāite āpane avatari
rādhā-bhāva-kānti dui aṅgīkāra kari’
śrī-kṛṣṇa-caitanya-rūpe kaila avatāra
ei ta’ pañcama ślokera artha paracāra
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 99–100)
[A fim de promulgar prema-bhakti (serviço devocional por amor a Deus), Kṛṣṇa advém como Śrī Kṛṣṇa Caitanya, imbuído dos sentimentos e da tez de Śrī Rādhā. Assim, acabo de explicar o significado do quinto verso.]
Sem Śrīmatī Rādhikā, Kṛṣṇa não pode fazer nada. Nossos textos sagrados explicam que onde quer que Rādhā esteja, Kṛṣṇa também está; e onde quer que Kṛṣṇa esteja, Rādhā Se faz presente — yatraiva kṛṣṇa tatraiva rādhā.
rādhā-kṛṣṇa aiche sadā eka-i svarūpa
līlā-rasa āsvādite dhare dui-rūpa
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 4.98)
[Portanto, Rādhā e o Senhor Kṛṣṇa são um só. Ainda assim, Eles assumiram duas formas para poderem desfrutar das doçuras dos Seus passatempos.]
Rādhā e Kṛṣṇa são um só
Rādhā e Kṛṣṇa são um só, mas para realizar Suas līlās, Eles Se manifestam nessas duas formas. Nossos śāstras (escrituras sagradas) explicam que não há diferença entre a energia (śakti) e o possuidor da energia (śaktimān). Śrīmatī Rādhikā é a śakti, e Kṛṣṇa é o śaktimān.
Śakti e śaktimān não podem ser separados um do outro. Onde o śaktimān está, a śakti também se faz presente, assim como ocorre com o fogo: onde quer que ele esteja haverá também calor — é impossível separar um do outro. Da mesma forma, Rādhā e Kṛṣṇa permanecem juntos por toda a eternidade (ananta-kāla).
Quando Kṛṣṇa estava vindo de Goloka Vṛndāvana para manifestar as Suas līlās em Navadvīpa-dhāma, dado que queria compreender os humores de Śrīmatī Rādhikā, Ela refletiu: “Meu prāṇa-vallabha, Govinda, experimentará os Meus sentimentos elevados (mahābhāvas) — como rūḍha, adhirūḍha, divya-unmāda-daśā, citra-jalpa, e até mesmo condições ainda mais elevadas como mohana e madanākhya-mahābhāva, as quais só o Meu corpo suporta.”
Quando tais condições de êxtase profundo se manifestam no coração de Śrīmatī Rādhikā, apenas Ela é capaz de tolerá-los plenamente. Assim, Ela pensava: “Como Meu amado Govinda será capaz de suportar em Seu corpo esses intensos mahābhāvas e as transformações advindas deles?”
Dessa forma, quando Kṛṣṇa veio de Goloka Vṛndāvana para este mundo material, Śrīmatī Rādhikā cobriu completamente o corpo dEle com a Sua própria tez. A tez de Śrīmatī Rādhikā e a própria Śrīmatī Rādhikā não são diferentes, pois no mundo transcendental (aprākṛta-cit-jagat) não há distinção entre deha (corpo) e dehī (alma).
antaḥ kṛṣṇaṁ bahir gauraṁ
darśitāṅgādi-vaibhavam
kalau saṅkīrtanādyaiḥ sma
kṛṣṇa-caitanyam āśritāḥ
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 3.81)
[Refugio-me no Senhor Śrī Kṛṣṇa Caitanya Mahāprabhu, o qual externamente tem tez clara, mas internamente é o próprio Kṛṣṇa. Nesta era de Kali, Ele revela as Suas próprias expansões ao realizar o canto congregacional do santo nome do Senhor.]
“Antaḥ kṛṣṇaṁ” significa que, internamente, Śrī Caitanya Mahāprabhu é o próprio Kṛṣṇa, e “bahir gauraṁ” indica que, externamente, Ele possui a tez de Śrīmatī Rādhikā — ou seja, é a própria Śrīmatī Rādhikā. Assim, Rādhā e Kṛṣṇa agora estão unidos, combinados na forma de Śacīnandana Gaurahari (gauraṅga-svarūpa), e foi essa forma de Śacīnandana Gaurahari, em especial a Sua manifestação como rasarāja-mahābhāva-svarūpa, que Se revelou diante de Rāya Rāmānanda.
Esses temas foram muito bem elaborados por Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī. Ele explicou como Śrī Rādhā e Śrī Kṛṣṇa Se uniram na forma do Senhor Caitanya Mahāprabhu, cuja manifestação mais elevada é conhecida como rasarāja-mahābhāva-svarūpa. Kṛṣṇa é chamado de Rasarāja, a personificação de todos os aspectos da doçura transcendental, e Śrīmatī Rādhikā é a personificação de mahābhāva (o amor divino mais elevado).
Rasarāja e a personificação de mahābhāva Se uniram, manifestando-Se sob a forma de Śacīnandana Gaurahari. Desse modo, Kṛṣṇa manifesta as Suas līlās em Navadvīpa, as śvetadvīpa-līlās. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura descreveu de maneira muito bela e elaborada como Śrīmatī Rādhikā, Kṛṣṇa, todas as gopīs, e até mesmo o rio Yamunā, Girirāja Govardhana, Rādhā-kuṇḍa e Śyāma-kuṇḍa se manifestaram em Navadvīpa-dhāma.
Navadvīpa-dhāma não é diferente de Vṛndāvana-dhāma. Um dos nomes de Navadvīpa-dhāma é Gupta-Vṛndāvana, que significa “a Vṛndāvana oculta”. Śrīla Viśvanātha Cakravartī Ṭhākura explicou esses temas de maneira belíssima e detalhada em seu grantha (texto sagrado) Svapna-vilāsa. Ele explicou que apenas Śrīmatī Rādhikā pode satisfazer todos os desejos de Kṛṣṇa — e que o próprio Kṛṣṇa deseja que Ela o faça. Por essa razão, Seu nome é Rādhā.
kṛṣṇa-vāñchā-pūrti-rūpa kare ārādhane
ataeva ‘rādhikā’ nāma purāṇe vākhāne
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 4.87)
[A adoração prestada por Ela (ārādhana) consiste em satisfazer os desejos do Senhor Kṛṣṇa. Por isso, os Purāṇas A chamam de Rādhikā.]
No Caitanya-caritāmṛta, Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmīpāda explicou por que o nome de Śrīmatī Rādhikā é Rādhā. Nos Purāṇas e em todos os lugares, Seu nome é mencionado como Rādhā ou Rādhikā. Por quê? Porque apenas Ela pode satisfazer plenamente todos os desejos de Kṛṣṇa. Dessa forma, Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī, visando explicar com clareza o significado do nome Rādhā, usou no Caitanya-caritāmṛta as seguintes palavras em bengali: “kṛṣṇa-vāñchā-pūrti-rūpa kare ārādhane, ataeva ‘rādhikā’ nāma purāṇe vākhāne”, que significa: “Aquela que satisfaz todos os desejos de Kṛṣṇa.”
Kṛṣṇa desejou saborear estes três humores de Śrīmatī Rādhikā:
śrī-rādhāyāḥ praṇaya-mahimā kīdṛśo vānayaivā-
svādyo yenādbhuta-madhurimā kīdṛśo vā madīyaḥ
saukhyaṁ cāsyā mad-anubhavataḥ kīdṛśaṁ veti lobhāt
tad-bhāvāḍhyaḥ samajani śacī-garbha-sindhau harīnduḥ
Śrī Caitanya-caritāmṛta (Ādi-līlā 1.6)
[Desejando entender a glória do amor de Rādhārāṇī, as qualidades maravilhosas dEle que só Ela aprecia por meio do Seu amor, e a felicidade que Ela sente ao compreender a doçura do amor dEle, o Supremo Senhor Hari, ricamente imbuído das emoções dEla, surge do ventre de Śrīmatī Śacīdevī, assim como a Lua surge do oceano.]
“Meu amado Kṛṣṇa quer saborear esses três humores”, pensou Śrīmatī Rādhikā. No entanto, caberia a Ela revelar a Ele como realizar o Seu desejo. Por isso, quando Śrī Caitanya Mahāprabhu advém em Navadvīpa-dhāma, Śrīmatī Rādhikā Se manifesta simultaneamente sob a forma de Gadādhara Paṇḍita — uma personalidade extraordinária.
Gurudeva explicava que Kṛṣṇa assumiu o vāmya-bhāva de Śrīmatī Rādhikā (Seu humor de contrariedade) ao Se manifestar como Śrī Caitanya Mahāprabhu. Assim, alguns dizem: “Gadādhara Paṇḍita está sempre imerso no humor de submissão, dakṣiṇa-bhāva.” No entanto, isso não é correto. Às vezes, Gadādhara também expressa vāmya-bhāva. Isso acontece porque, no aprākṛta-cit-jagat (mundo transcendental), tudo é infinito, e infinito menos infinito ainda é infinito.
Sob a forma do Senhor Caitanya Mahāprabhu, Kṛṣṇa assume o vāmya-bhāva de Śrīmatī Rādhikā, mas uma parte desse sentimento permanece com Gadādhara. Assim, embora geralmente estivesse no humor de submissão, ocasionalmente ele manifestava também o sentimento de contrariedade.
Onde quer que Gadai esteja, Gaurāṅga também Se faz presente
Enquanto Mahāprabhu estava em Navadvīpa-dhāma, Ele sempre acompanhava Gadādhara. Quando mais jovem, o Senhor Caitanya Mahāprabhu era chamado de Nimāi e Ele era muito tagarela, ao passo que Gadādhara era mais quieto. Nimāi sempre tentava puxar conversa, mas Gadādhara não gostava de falar muito. Além disso, sendo um pouco mais velho que Nimāi, Gadādhara frequentava uma escola mais avançada.
Naquela época, Nimāi era apenas um estudante de gramática sânscrita. Ainda que Gadādhara estivesse em uma turma mais avançada, Nimāi geralmente discutia assuntos elevados com ele, embora Gadādhara não necessariamente gostasse disso. Ainda assim, Caitanya Mahāprabhu frequentemente brincava e se divertia com Gadādhara. O humor predominante de Gadādhara era de submissão (dakṣiṇa-bhāva), e ele mantinha esse humor constantemente, sendo sempre calmo e falando pouco. Já o Senhor Caitanya Mahāprabhu tinha uma natureza que o inclinava a falar muito.
Gadādhara sempre tentava manter certa distância de Nimāi, mas, ao mesmo tempo, não conseguia suportar ficar sem vê-lO. Ainda assim, Nimāi continuava muito falante, às vezes discutindo kathās de altíssimo nível com Gadādhara — temas acima do nível escolar que Ele frequentava.
Certo dia, enquanto Gadādhara ia para a escola, o Senhor Caitanya Mahāprabhu bloqueou o caminho dele. Nimāi então começou a fazer perguntas sobre filosofias elevadas relacionadas à mukti (libertação). Gadādhara tentou fugir, mas Nimāi correu por outro lado de modo a bloquear a sua passagem. Ele insistiu: “Fale-me sobre a libertação.”
Gadādhara, de maneira muito simples, respondeu: “Mukti significa atyantika-duḥkha-nivṛttiḥ.” Ou seja, estar completamente livre de todos os tipos de sofrimento. Isso é o que se entende como mukti em termos simples. Nesse contexto, a ausência de duḥkha (sofrimento) é definida como mukti, embora existam muitas outras definições de libertação nos diversos comentários das escrituras.
Os filósofos seguidores de Śaṅkara definem mukti como a ausência de sentimentos de felicidade e infelicidade — essa é, para eles, a definição de libertação. Isso significa que esses filósofos tentam simplesmente se fundir no Brahman. Eles dizem: “Se você se tornar Brahman, não haverá nem felicidade nem sofrimento.” As definições de mukti dos nirviśeṣavādīs, no entanto, são diferentes das dos advaitavādīs.
Nimāi, tendo ouvido aquela resposta, disse: “Não, eu não quero ouvir esse tipo de kathā sobre mukti. Elabore mais a respeito da libertação.” Então Gadādhara explicou: “Aquele que alcança os pés de lótus de Kṛṣṇa e O serve obtém mukti.” Mesmo assim, Nimāi respondeu: “Eu ainda não estou satisfeito mesmo com essa definição.”
Gadādhara, zangado, disse: “Você é só um garoto! Como pode saber o que é mukti? Por que rejeita minha explicação e insiste em discutir comigo?” Então Nimāi revelou o verdadeiro significado de libertação: abandonar todas as designações materiais e compreender a sua forma constitucional transcendental (siddha-deha). Com essa forma transcendental, deve-se servir diretamente ao Casal Divino, Śrī Śrī Rādhā Kṛṣṇa. Essa é a verdadeira libertação. Assim, ambos glorificaram mukti de forma muito bela, às vezes discutindo amorosamente entre si.
Gadādhara estava sempre com o Senhor Caitanya Mahāprabhu — ele não conseguia suportar nem mesmo um segundo de saudade dEle. Onde quer que Gadai estivesse lá também estava Nimāi. Por isso, em Navadvīpa-dhāma, todos os devotos chamavam Mahāprabhu de Gadai-Gaurāṅga, que significa “o Gaurāṅga que pertence a Gadādhara”.
Quando o Senhor Caitanya Mahāprabhu aceitou a ordem de sannyāsa (renúncia), Ele prometeu à Sua mãe, Śacī-devī, que permaneceria em Jagannātha Purī. Desse modo, Gadādhara também foi para Jagannātha Purī e aceitou o voto de kṣetra-sannyāsa — um tipo de renúncia em que a pessoa se compromete a residir permanentemente em um local sagrado de peregrinação, sem jamais deixá-lo. Assim, Gadādhara fez esse voto de nunca sair de Jagannātha Purī.
Lá, Gadādhara residia em Ṭoṭā-gopīnātha, e Śrī Caitanya Mahāprabhu morava nas proximidades, em Gambhīrā, com Rāya Rāmānanda. No entanto, diariamente, o Senhor Caitanya ia de Gambhīrā até Ṭoṭā-gopīnātha para ouvir Śrīmad-Bhāgavatam-kāthā dos lábios de lótus de Gadādhara.
Às vezes, Mahāprabhu pedia a Gadādhara: “Por favor, glorifique o caráter de Dhruva, Prahlāda e de Ambarīṣa.” Quando Gadādhara falava esses kathās, o Senhor Caitanya Se absorvia por completo neles — especialmente quando Gadādhara falava sobre o Venu-gīta, Bhramara-gīta e o Gopī-gīta do Śrīmad-Bhāgavatam. Em situações como essas, ambos ficavam completamente imersos nos elevados humores das gopīs.
Gadādhara possui o tesouro do coração de Gaurāṅga
Gadādhara é a manifestação direta de Śrīmatī Rādhikā, e a própria Śrīmatī Rādhikā glorifica temas que envolvem rasa-mādhurya (a doçura dos relacionamentos do Senhor). Quem poderia glorificar esses kathās melhor do que Ela? Por isso, o Senhor Caitanya Mahāprabhu costumava ir diariamente de Gambhīrā até Ṭoṭā Gopīnātha, onde Gadādhara permanecia, em um jardim à beira-mar.
Certa vez, Mahāprabhu disse a Gadādhara: “Quero lhe dar algo muito valioso — meu hṛdayera dhana, o tesouro do Meu coração. Você quer aceitá-lo?” Gadādhara respondeu com grande humildade: “Sim, eu devo aceitá-lo.”
Em outro episódio, Caitanya Mahāprabhu e Gadādhara estavam caminhando pela praia, quando Mahāprabhu começou a cavar a areia com o Seu dedo, revelando assim uma Ṭhākurajī belíssima — uma vigraha chamada Gopīnātha. Inicialmente, a posição de Gopīnātha era de pé, mas, como explicou Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmīpāda, depois Ele Se sentou, assumindo essa posição. Assim, seguindo a instrução do Senhor Caitanya Mahāprabhu, Gadādhara passou a servir essa vigraha auto-revelada, que lhe fora dada pelo próprio Mahāprabhu.
Depois de algum tempo, o Senhor Caitanya Mahāprabhu, adentrando a deidade de Tota Gopīnātha, partiu deste mundo material. Essas līlās foram descritas com mais detalhes no Caitanya-maṅgala e em outros granthas que relatam a partida transcendental do Senhor. Descrever a dor e a perturbação sentidas por todos naquele momento, quando Mahāprabhu entrou em Tota Gopīnātha e não retornou mais, é algo impossível. A Sua partida foi marcada por esse evento: ao adentrar Gopīnātha, Ele deixou esse mundo material.
Como Kṛṣṇa, por natureza, está sempre a rir e a brincar com as gopīs, Ele é conhecido como dhīra-lalita-nāyaka — “aquele que é perito em usar palavras doces diante de sua amada”. Às vezes, Kṛṣṇa pergunta às gopīs: “Por que vocês dizem que Eu não sou um brahmacārī (estudante celibatário)? Vocês sabem que Eu sou um brahmacārī, não sabem?”
As gopīs riam e brincavam com Kṛṣṇa, dizendo: “Você é como um turaka brahmacārī!” Turaka significa “cavalo”. Ao usarem essa expressão, as gopīs queriam dizer que o cavalo macho pode parecer muito calmo e controlado — mas apenas quando não há uma égua por perto. Assim que a égua aparece, ele perde completamente a compostura. Do mesmo modo, elas brincavam com Kṛṣṇa: “Kṛṣṇa, nós sabemos que Você é um brahmacārī. Mas um turaka brahmacārī — um celibatário que se assemelha ao cavalo.”
Da mesma forma, Gadādhara e Caitanya Mahāprabhu às vezes também brincavam um com o outro enquanto discutiam temas do Śrīmad-Bhāgavatam — especialmente o Gopī-gīta e o Bhṛamara-gīta. Nesses momentos, ambos ficavam completamente imersos em êxtase. O Senhor Caitanya Mahāprabhu, em particular, Se absorvia profundamente no humor de Śrīmatī Rādhikā, pensando: “Eu sou Rādhā.”
Sempre que o Senhor Caitanya visitava Tota Gopīnātha e via uma duna de areia, Ele pensava: “Este é Girirāja Govardhana.” Quando via uma figueira-da-bengala, pensava: “Oh, este é Vamśī-vaṭa.” Já quando contemplava o oceano azul, dizia: “Esta é a Yamunā.” Assim, o Senhor Caitanya Mahāprabhu permanecia constantemente absorto nos humores (bhāvas) mais elevados de Śrīmatī Rādhikā, conforme descreveu Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmī.
A universidade de Śrīmatī Rādhikā
Caitanya Mahāprabhu constantemente pensava: “Eu sou Rādhā e agora estou sofrendo com as dores da saudade de Meu amado Kṛṣṇa, pois Ele Me deixou. Ele partiu de Vṛndāvana para Mathurā e Dvārakā.” Quando Mahāprabhu se encontrava nessa condição, dia e noite a sentir a saudade divina, apenas Svarūpa Dāmodara e Rāya Rāmānanda eram capazes de pacificá-lO, por glorificarem as līlās de Vṛndāvana. Dessa forma, eles sustentavam o ar vital do Senhor Caitanya Mahāprabhu.
Como mencionei antes, Gadādhara sempre residiu em Tota Gopīnātha. Assim, uma pergunta pode ser levantada: por que ele não ficava em Gambhīrā com o Senhor Caitanya Mahāprabhu? Em Navadvīpa-dhāma, ele sempre estava com o Senhor. Como já mencionei, eles eram conhecidos como Gadai-Gaurāṅga — onde Gadai está, Gaurāṅga Se faz presente; e onde Se encontra Gaurāṅga, lá está Gadai. Portanto, quando o Senhor Caitanya Mahāprabhu passou a residir em Jagannātha Purī, por que Gadādhara não permaneceu com Ele em Gambhīrā?
Esse tema é muito confidencial, mas nossos ācāryas (mestres espirituais) — especialmente Śrīla Gurudeva, Śrīla Nārāyaṇa Gosvāmī Mahārāja, um rasika-ācārya — deram uma explicação muito boa em relação a essa questão. Na verdade, Caitanya Mahāprabhu é o próprio Kṛṣṇa, e Ele adotou apenas o humor de Śrīmatī Rādhikā. Assim, Ele estava aprendendo e praticando a experiência dos humores mais elevados dEla.
Gurudeva explicou que Svarūpa Dāmodara e Rāya Rāmānanda não são outros senão Lalitā e Viśākhā. Assim, elas estão treinando Kṛṣṇa a saborear os humores mais elevados de Śrīmatī Rādhikā. Por isso, Gadādhara só observa à distância, perguntando-se: “Será que Ele está realmente pronto para praticar o Meu humor ou não?”
Śrīla Gurudeva também explicou que essa é a Universidade de Śrīmatī Rādhikā, onde Ela é a diretora, e Lalitā e Viśākhā — na forma de Svarūpa Dāmodara e Rāya Rāmānanda — atuam como professoras. Como mestras, elas permanecem com Kṛṣṇa para treiná-lO a saborear esses humores mais elevados, enquanto Śrīmatī Rādhikā, na forma de Gadādhara, observa à distância se Kṛṣṇa está realmente experimentando os Seus sentimentos da maneira apropriada.
Śrīmatī Rādhikā jamais poderia estar presente na forma de Gadādhara, enquanto Caitanya Mahāprabhu estivesse profundamente absorto nos intensos humores de saudade, especialmente quando Ele contemplava: “Eu sou Rādhā.” Gadādhara (Śrīmatī Rādhikā) não sobreviveria ao testemunhar a manifestação desses sentimentos supremos nEle. Quem poderia ampará-lo em tais momentos? Por essa razão, Gadādhara não permanecia com o Senhor Caitanya Mahāprabhu em Gambhīrā. Em vez disso, ele ficava um pouco afastado, em Tota Gopīnātha, de onde podia observar as Suas atividades e sentimentos à distância. Gurudeva também explicou que Gadādhara se surpreendia profundamente com a maneira como esses humores elevados se manifestavam em Caitanya Mahāprabhu — e por isso, também, ele não residia com Mahāprabhu em Gambhīrā.
Outra pergunta pode surgir agora: por que Rūpa, Sanātana ou Raghunātha dāsa Gosvāmī não permaneciam com o Senhor Caitanya em Gambhīrā? Essa resposta também foi dada por Gurudeva — todos os humores de Śrīmatī Rādhikā se refletem diretamente nos corações das mañjarīs. Assim, tudo o que Śrīmatī Rādhikā sente é instantaneamente espelhado no coração delas. Por esse motivo, as mañjarīs não podem servir diretamente ao Senhor Caitanya Mahāprabhu nesses momentos, e é por isso que Rūpa, Sanātana e Raghunātha dāsa Gosvāmī não permaneciam com Ele em Gambhīrā. Foi Yogamāyā, portanto, quem providenciou para que Rūpa e Sanātana não permanecessem com Caitanya Mahāprabhu. Eles residiam principalmente com Śrīla Haridāsa Ṭhākura em Siddha-bakula.
A instrução de Mahāprabhu sobre a lealdade ao guru
Em gaura-līlā, Gadādhara recebeu dīkṣā (iniciação espiritual) de Puṇḍarīka Vidyānidhi. Certa vez, Gadādhara disse ao Senhor Caitanya Mahāprabhu: “Estou recitando este mantra, mas ele não se manifestou em meu coração.” Mahāprabhu respondeu: “Oh, talvez você tenha recitado esse mantra para alguém.” Gadādhara, então, admitiu: “Sim, eu fiz isso.” Caitanya Mahāprabhu disse: “Se você fala esse mantra para outra pessoa, a potência dele desaparece.”
“O que devo fazer agora?”, perguntou Gadādhara. Caitanya Mahāprabhu respondeu: “Você precisa receber dīkṣā de Puṇḍarīka Vidyānidhi novamente.” Então Gadādhara, muito humildemente, disse: “Prabhu, Você pode me dar dīkṣā.” Mas Mahāprabhu respondeu: “Não, você não pode trocar de guru. Você deve tomar dīkṣā novamente e ouvir o mantra mais uma vez do seu guru, Puṇḍarīka Vidyānidhi.”
Por meio dessa līlā, os nossos ācāryas nos ensinam como ser firmes e focados em relação ao guru e como devemos oferecer a ele o devido respeito.
Como Mahāprabhu destruiu o orgulho de Vallabhācārya
Agora, falarei sobre o encontro entre Vallabhācārya e o Senhor Caitanya Mahāprabhu. Vallabhācārya estava muito orgulhoso de seu próprio vidyā (conhecimento). No entanto, o Senhor Caitanya Mahāprabhu tratou de destruir por completo o orgulho dele.
Certa vez, Vallabhācārya disse a Mahāprabhu: “Eu apresentei uma explicação muito boa sobre os significados dos diferentes nomes de Kṛṣṇa.” Caitanya Mahāprabhu, com grande humildade, respondeu: “Eu não conheço muitos significados para o nome de Kṛṣṇa. Os únicos significados que conheço são Yaśodā-nandana e Śyāmasundara.” Yāśodā-nandana se refere ao humor de vatsalya-bhāva (humor parental), e Śyāmasundara ao humor de parākīya (humor de amante) ou gopī-bhāva (humor das gopīs). Assim, indiretamente, o Senhor Caitanya Mahāprabhu destruiu o orgulho do coração de Vallabhācārya.
Outra vez, Vallabhācārya disse ao Senhor Caitanya: “Eu derrotei a filosofia de Śrīdhara Svāmīpāda.” Mahāprabhu riu dEle, e brincando, simplesmente respondeu: “Aquela que não aceita o seu marido é chamada de prostituta.” O que significa que aquele pensamento de Vallabhācārya era completamente tolo. Foi assim que o Senhor Caitanya Mahāprabhu derrotou Vallabhācārya.
Em outra ocasião, o Senhor Caitanya Mahāprabhu, presente na casa de assembleia com todos os Seus devotos, começou a glorificar a todos, exceto Vallabhācārya. “Olhem, este é Sanātana Gosvāmīpāda. Ele é um grande erudito. Quem pode conquistar seu conhecimento? Este é Rūpa Gosvāmīpāda, ele glorificou todo o rasa-tattva em seus granthas Bhakti-rasāmṛta-sindhu e Ujjvala-nīlamaṇi. Olhem, aqui está Advaita Ācārya, ele é um grande devoto. Este é Nityānanda Prabhu, e este é Gadādhara Paṇḍita.” Dessa maneira, na frente de Vallabhācārya, o Senhor Caitanya Mahāprabhu glorificou cada devoto, e Vallabhācārya ficou muito envergonhado com aquilo. Ele pensou: “Haṁsa-madhye baka yaiche — Eu fico assim como uma garça diante de cisnes. Não consigo entender nada.”
Desse modo, o Senhor Caitanya Mahāprabhu destruiu todo o orgulho do coração de Vallabhācārya, e ele percebeu o quão tolo era. Mais tarde, ele perguntou ao Senhor Caitanya Mahāprabhu: “O que eu faço agora?” “Você deve tomar dīkṣā de Gadādhara Paṇḍita”, Mahāprabhu respondeu. Conforme explicado no Caitanya-caritāmṛta, Vallabhācārya recebeu dīkṣā de Gadādhara Paṇḍita, adentrando assim gopī-madhurya-rasa (o amoroso relacionamento doce e transcendental que as gopīs têm com Śrī Kṛṣṇa). Logo, foi apenas quando recebeu dīkṣā de Gadādhara Paṇḍita que Vallabhācārya adentrou nesses humores. Em sua sampradāya (linhagem espiritual) anterior, eles não acreditavam nessas coisas. De qualquer forma, no Caitanya-caritāmṛta, Śrīla Kṛṣṇadāsa Kavirāja Gosvāmīpāda explicou muito bem esses kathās, mostrando como Vallabhācārya mergulhou profundamente em gopī-bhāva (o humor das gopīs) e em parakīya-bhāva (o humor de amante). Ele também glorificou belamente os humores mais elevados de Kṛṣṇa. Este é um śloka que glorifica lindamente esse assunto:
śyāmasundara śikhaṇḍa-śekhara
smera-hāsa muralī-manohara
rādhikā-rasika māṁ kṛpā-nidhe
sva-priyā-caraṇa-kiṅkarīṁ kuru
Śrī Rādhā-prārthanā (2)
[Ó, Śyāmasundara! Ó, Você cuja cabeça é adornada com penas de pavão, cujo rosto é agraciado com um sorriso alegre, cuja flauta muralī encanta a mente de todos, e que é o connoisseur da rasa com Śrīmatī Rādhikā. Ó, oceano de misericórdia, por favor, faça de mim uma kiṅkarī (uma serva) aos pés de lótus da Sua amada.]
Finalizarei essa aula brevemente com a história de quando Gadādhara Paṇḍita estava residindo e servindo no templo de Ṭoṭā-Gopīnātha. Após a partida do Senhor Caitanya Mahāprabhu, Gadādhara Paṇḍita não conseguia tolerar a saudade que sentia dEle. Sentindo esses humores intensos, ele não era capaz nem mesmo de ficar de pé para oferecer uma guirlanda a Ṭoṭā-Gopīnātha. Em resposta a isso, a vigraha Se sentou, e então Gadādhara pôde Lhe oferecer a guirlanda. Depois de alguns anos, Gadādhara Paṇḍita também partiu deste mundo material e alcançou Goloka Vṛndāvana, em Sua forma de Śrīmatī Rādhikā.
Jaya Gadādhara Paṇḍita kī jaya!
Bolo Sacīnandana Gaurahari kī jaya!
Bolo Vṛndāvana Bihārī Lālā kī jaya!
Jaya jaya Śrī Rādhe!
Gaura-premānande! Hari Hari bolo!
Tradução: Indu Mohinī devī dāsī
Edição: Tāruṇī Gopī dāsī
Revisão: Gaura Hari dāsa
Colaboração: Premānanda dāsa (Espanha)